quinta-feira, setembro 12, 2024

Crise climática intensifica incêndios na Amazônia: Mobilização de brigadistas aumenta

Desde meados de 2023, a Amazônia enfrenta uma das piores estiagens de sua história, o que tem exacerbado os incêndios florestais

A Amazônia está no centro de uma grave crise de incêndios florestais, com 1.489 brigadistas do Ibama e ICMBio trabalhando para combater as chamas. A temporada de incêndios deste ano foi antecipada e intensificada pela mudança climática, refletindo a mesma tendência observada no Pantanal.

Desde meados de 2023, a Amazônia enfrenta uma das piores estiagens de sua história, o que tem exacerbado os incêndios florestais em diversos países amazônicos, incluindo Brasil, Peru e Bolívia. Desde 24 de julho, foram registrados 173 incêndios no Norte do Brasil, dos quais 98 foram extintos ou estão controlados. Cada incêndio pode envolver dezenas, centenas ou até milhares de focos de calor em uma área.

A seca na Bacia Amazônica é a mais severa em pelo menos 20 anos. Em julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus.

Um estudo internacional divulgado esta semana revelou que a emergência climática aumentou até 20 vezes a probabilidade das condições climáticas que intensificaram os incêndios na Amazônia Ocidental entre março de 2023 e fevereiro de 2024.

Os incêndios florestais na Amazônia estão fortemente ligados ao desmatamento e à limpeza de pastagens. Com a retomada da governança ambiental na atual administração, a área sob alertas de desmatamento caiu 45,7% de agosto de 2023 a julho de 2024, em comparação com os 12 meses anteriores, segundo dados do sistema Deter do Inpe. Esta é a menor área sob alertas desde o início da série histórica em 2016.

O sistema Prodes do Inpe indica que, de agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento caiu 22,3%. Sem essa redução, a região estaria ainda mais vulnerável aos incêndios. Atualmente, os incêndios ocorrem principalmente no sul do Amazonas e nas proximidades da Rodovia Transamazônica (BR-230). Juntos, os estados do Amazonas e Pará concentram mais da metade (51,6%) dos focos de incêndio registrados no bioma entre 1º de janeiro e 18 de agosto de 2024.

Os brigadistas atuam prioritariamente em áreas federais, como assentamentos, Terras Indígenas e Unidades de Conservação, além de apoiar o combate em outras áreas de responsabilidade estadual. A resposta federal é coordenada por uma sala de situação criada em junho pelo Governo Federal. Na última reunião, em 16 de agosto, foram discutidas novas medidas para enfrentar os incêndios na Amazônia e no Pantanal.

O governo federal, em colaboração com estados e Corpos de Bombeiros da região Norte, disponibilizou R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar as ações contra os incêndios. Em abril, o programa União com Municípios foi lançado, destinando R$ 785 milhões para combater o desmatamento e os incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia, com recursos a serem liberados mediante redução do desmatamento.

Os brigadistas representantes estaduais e de Corpos de Bombeiros foram convocados para o Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal (Ciman), que articula as ações operacionais de combate aos incêndios. Este grupo foi mobilizado no primeiro semestre pela primeira vez devido à antecipação da temporada de incêndios no Pantanal.

Em julho, foi sancionada uma nova lei que regulamenta o manejo integrado do fogo no país, proibindo o uso do fogo para desmatamento ou supressão da vegetação nativa, exceto para a queima controlada de resíduos. A política será implementada com a cooperação de União, estados, municípios, sociedade civil e entidades privadas, e visa estimular a criação e fortalecimento de brigadas voluntárias e privadas.

 

 

 

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