Após uma série de incêndios criminosos que se espalharam pelo Brasil, nos últimos dias, uma reportagem da BBC News Brasil apontou que o “Dia do Fogo”, que ocorreu em 2019, não teve nenhuma pessoa responsabilizada.
A questão foi levantada após a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarar que havia suspeitas de que uma série de incêndios em São Paulo neste mês poderia ter sido orquestrada.
A reportagem revelou que, cinco anos depois do suposto primeiro “Dia do Fogo”, as duas investigações em nível federal foram arquivadas no primeiro semestre deste ano, sem que ninguém tenha sido indiciado, denunciado ou julgado pelo episódio.
O “Dia do Fogo” ficou conhecido por uma série de incêndios florestais em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, entre os dias 10 e 11 de agosto de 2019. Houve a suspeita, na época, de que os incêndios foram combinados por fazendeiros como forma de demonstrar apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF-PA) informou que as investigações não conseguiram chegar a uma conclusão sobre o episódio. “As investigações não lograram êxito em obter elementos de convicção para a propositura de denúncia pelo MPF“, diz um trecho da nota.
A Polícia Federal (PF) também havia aberto um inquérito policial para investigar ocorrências na cidade de Novo Progresso, mas esse acabou arquivado. “A principal hipótese investigada apontava para a participação de um grupo composto por sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros, que teriam agido de forma coordenada. Durante o curso do inquérito, foram cumpridas medidas de busca e apreensão, mas o Relatório Final não confirmou a hipótese inicialmente aventada e sugeriu o arquivamento do procedimento”, afirmou a PF.