Com passaporte apreendido por ordem do ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente inelegível Jair Messias Bolsonaro (PL) está impedido de ir à posse de Donald Trump, eleito nesta quarta-feira, 6, como o 47º presidente dos Estados Unidos. A cerimônia está marcada para 20 de janeiro de 2025, em Washington.
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O documento está em posse da Polícia Federal desde fevereiro deste ano, quando Bolsonaro, ao lado de ministros e militares integrantes de seu governo, foram alvos da Operação Tempus Veritatis da PF, por suspeita de participação na tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2022.
Na decisão, Moraes também proibiu o ex-presidente de manter contato com outros investigados, como o ex-ministro General Braga Netto e até o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
A defesa do ex-presidente chegou a pedir ao STF a devolução do passaporte para que Bolsonaro viajasse a Israel, à convite do primeiro-ministro do país Benjamin Netanyahu, em maio deste ano, mas a medida foi negada.
Aliança
Jair Messias Bolsonaro foi aliado de Donald Trump quando ambos eram presidentes de seus respectivos países, Brasil e Estados Unidos. A relação bilateral entre os países se fortificou após diversas reuniões entre os mandatários.
Em uma das ocasiões, que marcou a primeira parte da viagem de Bolsonaro a Washington como presidente, ele chegou a ser chamado pelo espanhol El País de “Trump dos Trópicos”, por ter ideais que se assemelham aos do mandatário norte-americano.
Desde então, Bolsonaro e Trump têm consolidado sólida aliança entre os países. Em 2020, quando Joe Biden foi eleito presidente dos EUA, derrotando o então Donald Trump, Bolsonaro chegou a demorar 38 dias para cumprimentar o político pelas eleições dos EUA.
Nesta quarta-feira, 6, horas depois de Donald Trump conseguir os delegados necessários para ser eleito presidente dos EUA, ainda de madrugada, Jair Bolsonaro parabenizou o novo presidente pelo resultado no pleito, reforçando a aliança e a amizade com o político.
“Parabéns, meu amigo, por esta vitória épica que marca não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns poucos que desprezam nossos valores, nossas crenças e nossas tradições”, escreveu Bolsonaro no X, antigo Twitter.