O líder chavista Nicolás Maduro tomou posse nesta sexta-feira, 10, para o terceiro mandato como presidente da Venezuela, em solenidade que ocorre em meio às tensões políticas e eleições conturbadas no país. Durante cerimônia que iniciou minutos antes do previsto, por volta de 11h50 (horário de Brasília), o ditador discursou para políticos e apoiadores, e falou sobre “anos de luta” e que cumpriu a Constituição, além de lembrar Hugo Chávez.
Veja também: Governador do Pará condena regime de Maduro e afirma que Brasil não pode se omitir
“De todos esses anos de luta, para esta mesma Assembleia Nacional eu vim, e haviam outros rostos. Eu jurei para então ser seu presidente. […] Ficamos arrasados, com a alma destruída, por nos despedirmos desta vida para o imortal o nosso amado comandante Hugo Chávez, sempre presente em nossa vista. […] Eu jurei, diante dele, lealdade absoluta ao seu legado, à sua luta e ao seu sonho”, destacou.
A cerimônia de posse encerra o processo eleitoral na Venezuela, após acusações de fraude e falta de transparência sobre o resultado, além de graves denúncias da oposição, liderada por Edmundo Gonzáles e Maria Corina Machado. Com a posse, Maduro fica na presidência da Venezuela até 10 de janeiro de 2031.
Protestos
Nesta quinta-feira, 9 de janeiro de 2025, milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas e outras cidades para protestar contra a posse do presidente Nicolás Maduro. As manifestações, lideradas por figuras da oposição como María Corina Machado, ocorrem em um clima de alta tensão política e forte presença das forças de segurança.
Os protestos foram convocados após alegações de fraude nas eleições presidenciais de julho de 2024, nas quais tanto Maduro quanto o candidato opositor, Edmundo González, reivindicaram vitória. A oposição acusa o governo de manipular os resultados e de reprimir vozes dissidentes. María Corina Machado, que esteve na clandestinidade nos últimos meses, voltou a surgir publicamente para liderar as manifestações, descrevendo o dia como “histórico” para a Venezuela.
Segundo o partido Comando ConVzla, Maria Corina havia sido sequestrada e presa após sair da manifestação, mas o caso logo foi desmentido pela Agência de Notícias da Venezuela. Por meio das redes sociais, por outro lado, o partido da política afirmou que Maria havia sido solta logo após ser detida.