sexta-feira, janeiro 31, 2025

Preço do café dispara e preocupa brasileiros em meio à alta dos combustíveis

A escalada do preço do café ocorre em um momento de pressão no custo de vida

O café arábica, um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, atingiu sua maior cotação em 28 anos, desde o início da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Segundo dados do Cepea, a saca de 60 kg do grão estava cotada, em média, a R$ 2.315,44, representando um aumento de 6,9% em relação a dezembro de 2024, quando o valor era de R$ 2.154,88.

A alta é atribuída principalmente a condições climáticas adversas. O Brasil, responsável por quase metade da produção mundial de café arábica, enfrentou uma seca severa que prejudicou a safra anterior, resultando em estoques reduzidos e preocupações com as colheitas futuras.

Para se ter uma ideia, o valor chegou nessa quarta-feira, 29, a US$ 3,665 por libra-peso na ICE (Intercontinental Exchange), principal referência global para os preços do café arábica.

Produção

A produção brasileira de café em 2025 deve cair 4,4%, totalizando 51,8 milhões de sacas, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O arábica, responsável por grande parte da safra, sofrerá ainda mais: a estimativa é de 34,7 milhões de sacas, uma redução de 12,4% em relação ao ano anterior.

Entre os fatores que explicam essa queda, estão as condições climáticas adversas, como restrição hídrica e altas temperaturas na fase de floração, o que prejudicou a produtividade.

A menor oferta brasileira acontece em um contexto global de produção reduzida. Países como Vietnã e Indonésia, grandes produtores, também registraram safras menores devido a problemas climáticos, conforme destacou Márcio Ferreira, presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

“Com o consumo mundial se mantendo aquecido, foi natural o aumento dos preços e o crescimento dos ingressos com nossos embarques”, afirmou Ferreira à CNN Brasil.

Alta do café e combustíveis

A escalada do preço do café ocorre em um momento de pressão no custo de vida, especialmente para os consumidores de baixa renda, que ainda precisam enfrentar a alta dos combustíveis que, embora os valores tenham recuado nacionalmente com o fim da política de paridade de importação (PPI) da Petrobras, no Amazonas tem sido diferente.

Veja também: Petrobras reduz preços, mas refinaria privatizada mantém custo dos combustíveis elevado no Amazonas 

Dados de 2024 mostram que, enquanto o diesel da Petrobras caiu 21,6%, saindo de R$ 4,5279 em dezembro de 2022 para R$ 3,5490 no fim de 2024, no Amazonas os preços dos combustíveis seguiram elevados. A situação se deve à privatização da refinaria Ream, pertencente ao Grupo Atem, o que manteve os preços entre os mais altos do país.

Essa disparidade gera preocupação entre consumidores e especialistas, pois o custo elevado dos combustíveis afeta toda a cadeia de produção e distribuição, impactando ainda mais o preço de produtos essenciais, como o café.

Com a produção em queda, exportações em alta e restrição de oferta global, a expectativa é que os preços do café continuem elevados nos próximos meses.

Para os consumidores, o tradicional cafezinho deve permanecer caro, enquanto o mercado segue atento aos próximos passos da safra e aos impactos da economia global no setor.

 

Fonte: O Convergente

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