O Brasil registrou a pior nota e posição de sua história no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, de acordo com a Transparência Internacional. O país caiu para a 107ª posição entre 180 nações, com uma pontuação de 34, abaixo da média das Américas (42) e global (43).
A metodologia do IPC baseia-se em 13 pesquisas de 12 organizações internacionais, coletando opiniões de especialistas e do mercado sobre a corrupção em cada país. No Brasil, fatores como a falta de transparência no Novo PAC, ingerência política na Petrobras e restrição a pedidos de acesso à informação são apontados como agravantes para a piora na percepção.
O avanço do crime organizado nas instituições estatais também foi destacado pela Transparência Internacional como um fator preocupante. Segundo a entidade, o Brasil fracassou mais uma vez em reverter a tendência de enfraquecimento da luta anticorrupção, permitindo uma maior captura do Estado por interesses criminosos.
A Controladoria-Geral da União (CGU) contestou a metodologia do IPC, argumentando que países que investigam a corrupção podem ser penalizados no ranking devido à exposição de casos. A CGU reafirmou o compromisso com a transparência e o combate à corrupção, mas questionou os critérios do índice.
Na América Latina, o Uruguai lidera o ranking com 76 pontos e ocupa a 13ª posição mundial. A Argentina e a Colômbia possuem pontuações semelhantes à do Brasil, com 37 e 39 pontos, respectivamente. No ranking global, a Dinamarca manteve a liderança com 90 pontos, enquanto Somália e Sudão do Sul ocupam as últimas colocações com 9 e 8 pontos, respectivamente.
A Transparência Internacional alerta que a situação brasileira deve ser encarada como um alarme para a sociedade, uma vez que a reversão da trajetória de deterioração da percepção da corrupção se torna mais difícil a cada ano.
