sábado, fevereiro 22, 2025

Quebra de sigilo revela que usina nuclear Angra 2 sofreu vazamento

Vazamento é classificado como um acidente “relevante”

Um vazamento na usina nuclear Angra 2, mantido sob sigilo pela gestão da Eletronuclear, foi descoberto em 25 de dezembro do ano passado. Apesar da gravidade do incidente, os gestores decidiram adiar o reparo para a próxima manutenção, prevista apenas para daqui a 12 meses.

O problema ocorreu no primeiro selo do núcleo da usina, que tem a função de impedir o vazamento de líquido refrigerante. Segundo o manual da usina, um vazamento nesse selo é classificado como um acidente “relevante”, cujo reparo deve ser realizado “o mais rápido possível”. No entanto, a nova gestão da Eletronuclear optou por postergar a substituição, citando cortes orçamentários para viabilizar a conclusão das obras de Angra 3.

De acordo com servidores da usina, que falaram sob condição de anonimato, a operação de Angra 2 segue em um modo de contingência, descrito internamente como “estepe”. Esses trabalhadores estão apreensivos e alertam que “a segurança nuclear está em risco”.

Os riscos do adiamento

Embora não haja risco iminente de liberação de radioatividade para o meio ambiente, o funcionamento da usina sem o primeiro selo compromete a segurança da operação. Atualmente, o líquido refrigerante circula na primeira câmara, e um dreno impede que um acidente mais grave ocorra. Entretanto, especialistas alertam que essa condição não deve se prolongar indefinidamente, pois pode sobrecarregar o sistema e levar a danos em outras partes do núcleo.

O maior temor é um LOCA (Loss of Coolant Accident), ou perda de líquido de arrefecimento. Esse tipo de incidente pode comprometer a refrigeração do reator e elevar significativamente os riscos de um acidente nuclear de grandes proporções.

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