A araucária (Araucaria angustifolia), conhecida popularmente como pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-paraná, é uma árvore icônica da região sul do Brasil. Infelizmente, essa espécie enfrenta um risco crítico de extinção, conforme aponta a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). A redução drástica de sua área original levanta preocupações entre ambientalistas e pesquisadores.
Estima-se que, atualmente, a floresta de araucárias ocupe apenas 3% de sua extensão original. Esse dado alarmante reforça a necessidade de estratégias urgentes para a conservação dessa árvore milenar. Um estudo publicado em 2019 na revista Global Change Biology faz uma previsão ainda mais preocupante: caso nenhuma ação concreta seja tomada, a araucária pode desaparecer completamente até 2070. A degradação ambiental, o desmatamento e a exploração da madeira ao longo dos séculos são algumas das principais causas desse declínio.
A araucária é uma espécie de conífera que remonta ao período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos. Suas características a tornam uma árvore singular e de grande importância ecológica. Ela pode atingir até 50 metros de altura e desempenha um papel crucial na manutenção da biodiversidade da floresta ombrófila mista, um ecossistema da Mata Atlântica. Essa floresta ocorre em regiões de maior altitude e se caracteriza por chuvas bem distribuídas ao longo do ano, favorecendo o crescimento das araucárias.
No Brasil, a araucária predomina nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo a planta-símbolo do Paraná. Além disso, pode ser encontrada de forma mais esparsa em regiões de São Paulo e Minas Gerais. Sua presença nessas áreas contribui para o equilíbrio do ecossistema, oferecendo abrigo e alimento para diversas espécies de animais, incluindo aves como a gralha-azul, que desempenha um papel essencial na dispersão de suas sementes, os pinhões.
