domingo, março 9, 2025

Mulheres em cargos de liderança ganham R$ 40 mil a menos por ano que homens

A pesquisa do Dieese abrange empresas de diferentes portes e segmentos em todo o Brasil, incluindo não apenas grandes corporações, mas também pequenos comércios

Apesar dos avanços na legislação para garantir equidade de gênero no ambiente de trabalho, as mulheres ainda enfrentam desigualdades salariais e menos oportunidades de ascensão profissional. Um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que diretoras e gerentes ganham, em média, R$ 6.798 por mês, enquanto os homens nos mesmos cargos recebem R$ 10.126. A diferença de R$ 3.328 mensais resulta em um prejuízo anual de cerca de R$ 40 mil para as mulheres.

A pesquisa do Dieese abrange empresas de diferentes portes e segmentos em todo o Brasil, incluindo não apenas grandes corporações, mas também pequenos comércios e instituições como escolas. Os dados são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao terceiro trimestre de 2024.

Realidade do mercado de trabalho feminino

O estudo mostra que, das 91,2 milhões de mulheres brasileiras com 14 anos ou mais, 48,1 milhões integram a força de trabalho. Entre elas, 44,4 milhões estavam empregadas e 3,7 milhões, desempregadas.

A desigualdade também é evidente nas faixas salariais mais baixas. Mulheres são maioria entre os que recebem até um salário mínimo (37% contra 27% dos homens). O rendimento médio real mensal delas é de R$ 2.697, enquanto o dos homens chega a R$ 3.459. Entre profissionais com ensino superior, a diferença também persiste: mulheres ganham R$ 4.885, enquanto os homens recebem R$ 7.784, uma diferença de R$ 2.899.

Outro dado alarmante é que, em nenhum estado brasileiro, a média de remuneração feminina supera a masculina.

Impacto da jornada dupla

A diferença salarial também está atrelada à carga horária. Homens possuem uma jornada de trabalho remunerada superior em 4,3 horas semanais. Por outro lado, as mulheres dedicam, em média, 10 horas a mais por semana a atividades domésticas e cuidados com a família. Em um ano, são 499 horas ou 21 dias a mais em tarefas não remuneradas.

Caminhos para a igualdade

Angélica Petian, sócia do escritório Vernalha e Pereira, afirma que a desigualdade persiste devido a barreiras estruturais e culturais. Segundo ela, é essencial que as empresas implementem programas de mentoria para mulheres, políticas de diversidade e canais de denúncia eficazes.

A Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres (14.611/2023) trouxe avanços importantes, como maior transparência e penalidades para empresas que descumprirem as normas.

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