O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta segunda-feira (10), em Natal (RN), o lançamento dos programas Partiu IF e Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). As iniciativas visam oferecer oportunidades educacionais para jovens em situação de vulnerabilidade social.
“Quando mais a gente investe em educação, mais democrático é este país. Mas a educação precisa ser de qualidade para todos, e não podemos deixar ninguém para trás na educação pública”, afirmou Santana durante o evento.
Uma das primeiras medidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a recriação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi). Segundo o ministro, essa secretaria desempenha papel fundamental na inclusão educacional, abordando desigualdades e promovendo equidade.
Programa Partiu IF
O Partiu IF é um programa nacional que busca ampliar o acesso de estudantes da rede pública à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Ele é direcionado a alunos do 9º ano do ensino fundamental que desejam ingressar no ensino médio em institutos federais.
No ciclo 2024-2025, serão oferecidas 26 mil vagas em turmas de 40 estudantes formadas nos campi dos institutos federais. O investimento previsto é de R$ 115 milhões, beneficiando cerca de 78 mil alunos até 2027.
O programa tem foco no combate às desigualdades étnico-raciais na educação, promovendo aulas e atividades para reforçar a aprendizagem. Ele atende estudantes que cursaram todo o ensino fundamental na rede pública, incluindo negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e jovens de famílias com renda per capita de até um salário-mínimo.
Para garantir a permanência dos alunos, será concedido um auxílio de R$ 200 por oito meses, correspondente ao início do curso e ao período de ingresso no ensino médio federal.
Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP)
Com investimento de R$ 74,5 milhões no ciclo 2024-2025, a CPOP tem o objetivo de apoiar a formação de 324 mil estudantes até 2027. O programa oferece suporte técnico e financeiro para cursinhos populares, preparando estudantes da rede pública para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o ingresso no ensino superior.
A desigualdade racial no acesso ao ensino superior é um dos desafios que o programa pretende enfrentar. Segundo dados do IBGE, apenas 11,7% da população negra brasileira tem diploma universitário, enquanto entre os brancos esse percentual é de 25,8%.
O governo aposta nos cursinhos populares para ampliar a participação de estudantes no Enem. Em 2024, o exame registrou 4,3 milhões de inscritos, um crescimento de 9,9% em relação a 2023 (3,9 milhões) e mais de 20% comparado a 2022 (3,4 milhões). Esse aumento representa uma retomada na busca por ensino superior no país.