A Bayer foi condenada a pagar US$ 2,1 bilhões após um júri na Geórgia, Estados Unidos, decidir a favor do autor de uma ação judicial contra o herbicida Roundup. O veredicto, emitido na sexta-feira, 21, pelo Tribunal Estadual do Condado de Cobb, inclui US$ 2 bilhões em danos punitivos e US$ 65 milhões em danos compensatórios.
Em comunicado, a Bayer afirmou discordar da decisão, argumentando que ela contraria evidências científicas e o consenso de órgãos reguladores ao redor do mundo. A empresa alemã declarou que pretende recorrer da decisão e buscar a reversão ou redução das indenizações, classificadas como excessivas e inconstitucionais.
A decisão representa mais um desafio legal para a Bayer, que enfrenta uma série de processos relacionados ao Roundup desde a aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões, concluída em 2018. O ingrediente ativo do herbicida, o glifosato, é alvo de controvérsias, com críticos alegando que sua exposição pode causar câncer. No entanto, a Bayer continua defendendo a segurança do produto.
A empresa ressaltou que, nos casos levados a julgamento, os valores das condenações foram reduzidos em aproximadamente 90% em comparação com as sentenças iniciais dos júris. A Bayer também informou que está avaliando as melhores oportunidades para solicitar uma revisão da decisão pelo Supremo Tribunal dos EUA.
Até o momento, a companhia já pagou cerca de US$ 10 bilhões para resolver processos contestados. No fim de janeiro, cerca de 67 mil ações ainda estavam pendentes, e a empresa reservou US$ 5,9 bilhões para cobrir litígios relacionados ao glifosato, conforme seu relatório anual.
O CEO da Bayer, Bill Anderson, declarou anteriormente que reduzir significativamente os litígios até o final de 2026 é uma das prioridades da empresa. Apesar da condenação recente, a empresa segue firme na defesa de sua posição e na busca por soluções legais para mitigar os impactos financeiros e reputacionais dos processos.
