A Prefeitura de Pojuca, na Bahia, desembolsou R$ 90 mil para que a pastora Camila Barros ministrasse uma pregação de apenas 1h30, no dia 2 de abril de 2024. O contrato chamou atenção pelo alto valor, além da quantia destinada à alimentação da pregadora, que chegou a R$ 2.200,00.
Dos R$ 90 mil pagos pelo evento, o valor líquido recebido por Camila Barros foi de R$ 41.760,00. O restante foi utilizado para cobrir custos com passagens, hospedagem, transporte, impostos e outras despesas. Ainda assim, a quantia recebida pela pastora para a curta duração da pregação gerou questionamentos sobre a proporcionalidade do gasto público.
Um dos pontos mais debatidos foi o custo elevado com alimentação. O valor de R$ 2.200,00 chama atenção, especialmente considerando que a pregadora geralmente viaja com apenas um acompanhante. O montante supera em muito o gasto diário de alimentação de um trabalhador comum, levantando dúvidas sobre a justificativa da despesa.
Casos como esse não são isolados. Em 2023, a Prefeitura de Coelho Neto, no Maranhão, pagou R$ 65 mil para que outra pastora realizasse uma pregação. Situações como essas têm gerado discussões sobre a disparidade entre os valores pagos para eventos religiosos e a realidade financeira da maioria dos trabalhadores. Enquanto muitas pessoas enfrentam dificuldades para se ausentar do trabalho por motivos religiosos, há pregadores recebendo dezenas de milhares de reais por eventos que duram pouco mais de uma hora.