eis municípios do Amazonas já decretaram situação de emergência devido à cheia dos rios que atinge diversas regiões do estado. A informação foi confirmada pelo presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Anderson Sousa, durante entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, no 5º Fórum Estadual das Casas Legislativas do Amazonas (Feclam), promovido pela Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).
De acordo com Anderson, a previsão é de que ao menos 35 cidades sejam afetadas direta ou indiretamente pelo avanço das águas. Entre os municípios em estado mais crítico estão Apuí, Guajará, Humaitá, Borba e Barcelos. A situação tem causado preocupações tanto humanitárias quanto logísticas, com comunidades isoladas e dificuldades de abastecimento.
“Estamos fazendo com que os nossos grupos trabalhem para que a cheia e a seca aconteçam de forma menos impactante. A ideia é que prefeitos e vereadores não sejam pegos de surpresa. Estamos sempre um pouco mais à frente, já preparando os caminhos”, declarou o presidente da AAM em uma fala à Onda Digital.
A situação é especialmente crítica em Apuí, no sul do estado. Na última sexta-feira (28/3), a Prefeitura do município decretou estado de emergência em virtude do risco de desabastecimento. A enchente do Rio Madeira provocou a inundação da BR-230, a Transamazônica, na altura de Humaitá, afetando diretamente o fluxo de alimentos e combustíveis para a região. Segundo o decreto municipal, essa é a principal via de acesso para o transporte de produtos essenciais à população.
Além de Apuí, o município de Manicoré também decretou emergência após ser impactado pela mesma cheia. Em várias comunidades ribeirinhas, o nível do Rio Madeira ultrapassou a cota de alerta, levando à evacuação de famílias e ao isolamento de localidades inteiras, como o distrito de Santo Antônio do Matupi.
Dados preliminares apontam que cerca de 50% da população do distrito vive em áreas diretamente afetadas pela enchente. Ao todo, mais de 150 comunidades registram impactos, com perdas significativas na produção agrícola. Culturas como banana, macaxeira e cacau foram prejudicadas, o que compromete não apenas o sustento de milhares de famílias, mas também a economia regional.