A recente elevação abrupta das tarifas comerciais pelos Estados Unidos provocou uma forte reação nos mercados globais, resultando em perdas superiores a US$ 8 trilhões em apenas três dias. O impacto é gigantesco: o valor supera em quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, refletindo o grau de instabilidade gerado pela medida.
A decisão norte-americana marca uma virada drástica na política econômica global, com sérias implicações para o sistema de cooperação internacional que vinha sendo construído desde o pós-guerra. Especialistas apontam que a nova escalada protecionista rompe com décadas de esforços multilaterais voltados à liberalização do comércio e ao fortalecimento das cadeias produtivas globais.
Com a medida, diversos países começaram a revisar seus acordos comerciais, e muitos já sinalizam retaliações tarifárias. A tensão acentuou a volatilidade nos mercados financeiros, afetando ações, commodities e moedas. Para analistas, o movimento dos EUA pode desencadear uma guerra comercial de proporções inéditas, cujas consequências seriam sentidas por economias de todos os portes.
“A política comercial americana caminha na contramão do que foi estabelecido no pós-guerra, especialmente nos acordos que criaram o GATT e a Organização Mundial do Comércio”, afirma um economista do setor financeiro. “Estamos vendo uma fragmentação do sistema que sustentou décadas de crescimento global.”
Além do impacto direto nas economias, há também um efeito simbólico relevante. A quebra de confiança no multilateralismo e nos mecanismos tradicionais de resolução de disputas comerciais abala as bases institucionais da cooperação entre países.
