A sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta quarta-feira (9), foi marcada por trocas de farpas entre vereadores. A discussão acalorada ocorreu após o vereador Aldenor Lima (UB) anunciar que entrará com um pedido de cassação contra o vereador Rodrigo Guedes (PP).
Conforme noticiou O Convergente, na terça-feira (8), os parlamentares protagonizaram uma discussão em frente à imprensa. Ainda na terça-feira, o vereador Rodrigo Guedes informou que acionou a Polícia Federal após ser acusado por Aldenor Lima de divulgar notícias falsas.
Na sessão desta quarta, ao subir na tribuna, o vereador Aldenor Lima comentou sobre o ocorrido com o colega de Parlamento e afirmou que entraria com um pedido de cassação de mandato contra o vereador Rodrigo Guedes.
“Eu fui vítima ontem dessa pessoa que faz isso, reiteradamente, neste Parlamento. […] Estarei entrando com um pedido de cassação contra o vereador, porque ele não foi eleito para ficar constrangendo nenhum vereador […]. Esse vereador faz isso diariamente, só essa semana, pelo menos 4 vereadores sofreram com a coação desse vereador”, alegou Aldenor Lima.
Durante a fala do vereador do União Brasil, o vereador Rodrigo Guedes se levantou da bancada e ficou em frente à Mesa Diretora. Ao término na fala do vereador, o líder do prefeito na CMM, o vereador Eduardo Alfaia (Avante) solicitou a palavra e afirmou que gostaria que Rodrigo Guedes permanecesse em pé, para saber se ele também o ‘encararia’ enquanto discursava no plenário.
“Senhor presidente, eu espero que ele também fique aqui na frente para me encarar também. Esse personagem que hoje veio travestido de onça”, comentou o líder do prefeito.
Ao perceber a situação, o vereador Marcelo Serafim (PSB) solicitou ao presidente da sessão, o vereador Professor Samuel (PSD) que tomasse medidas para que os debates no plenário permanecessem de maneira passiva.
“Peço que vossas excelências mantenham a postura, isso aqui é um Parlamento, não tem que ter afronta! Podemos discordar da opinião de um e de outro […], peço que esse Parlamento tenha a maturidade de fazer as discussões em alto nível, sem deboche, sem ficar encarando”, afirmou o parlamentar.
Após o comentário de Serafim, o presidente da sessão se dirigiu ao vereador Rodrigo Guedes e pediu para que o mesmo retornasse para a própria bancada. “De forma amistosa, peço que o nobre vereador Rodrigo Guedes pudesse ocupar a sua cadeira, porque de lá você ouve a mesma coisa, é um pedido que eu faço, mas a decisão é sua. Cada vereador tem a sua bancada!”, disse Professor Samuel.
Com o pedido do presidente da sessão, o vereador indagou afirmando que estaria acompanhando e perto os discursos. “Eu estou acompanhando de perto. Aqui tem um vereador sentado no lugar de outro vereador, um secretário sentado ali”, comentou.
Minutos depois, o vereador Gilmar Nascimento (Avante) afirmou que estaria ‘triste’ com a situação da Câmara Municipal. “Tudo tem tolerância, até a balança tem tolerância. […] As vezes a margem de erro ultrapassa o limite, aqui não é Globo e nem Big Brother. […] A população está esperando desta Casa resultados para o crescimento de Manaus, aqui não é teatro ou Hollywood”, disse.
Logo após os discursos dos demais vereadores, o vereador Rodrigo Guedes (PP) subiu na tribuna para se defender das declarações dos demais parlamentares, inclusive da fala do vereador Aldenor Lima – que iniciou o discurso sobre o caso.
“Em nenhum momento eu interrompi a entrevista ou atrapalhei o vereador. Ele acabou a entrevista e eu o abordei […], se foi em frente de câmera, somos pessoas públicas e estamos sujeitos a isso. […] Ontem eu estive na Polícia Federal e formalizei a denúncia, a sua esposa – pela qual tenho todo respeito – sabe que não fui em quem fez os ataques contra seu filho, nunca faria isso com uma criança com deficiência ou sem deficiência. Vou falar para os 41 vereadores: Eu não vou permitir que ninguém fale que eu ataquei uma criança. Eu posso ser cassado, eu não vivo de política, mas eu não vou deixar ninguém acabar com a minha honra!”, afirmou o parlamentar.
Após a discussão acalorada, a sessão prosseguiu com os discursos dos demais vereadores, que apresentaram ações de fiscalização e até mesmo tentaram acalmar os ânimos do plenário sugerindo leituras.
*Com informações do O Convergente
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