Os preços internacionais do petróleo despencaram nesta quarta-feira (8), atingindo os menores níveis dos últimos quatro anos. O principal motivo é o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que vem alimentando temores sobre a desaceleração da economia global e, consequentemente, da demanda por energia.
Por volta das 12h15 (horário de Brasília), o petróleo do tipo WTI, referência para o mercado norte-americano, registrava queda de 5,67%, sendo negociado a US$ 56,20 o barril. Já o Brent, utilizado como parâmetro internacional, recuava 5,36%, cotado a US$ 59,45 o barril. Essa é a primeira vez desde fevereiro de 2021 que o preço do barril de petróleo cai abaixo da marca de US$ 60.
A forte desvalorização reflete o nervosismo dos investidores diante das tensões comerciais entre duas das maiores economias do mundo. A imposição mútua de tarifas entre EUA e China tem pressionado os mercados e levantado dúvidas sobre o ritmo de crescimento econômico global — um dos principais motores da demanda por petróleo e outros recursos energéticos.
Nova retaliação da China aumenta tensão
A tensão aumentou após a China responder às recentes medidas protecionistas dos Estados Unidos. Na terça-feira (7), o governo norte-americano anunciou tarifas de até 104% sobre uma nova leva de produtos chineses. Em resposta, nesta quarta-feira (8), o Ministério das Finanças da China anunciou que aplicará tarifas de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos, medida que entra em vigor já na quinta-feira (10).
Segundo o governo chinês, a nova rodada de retaliações é uma ação necessária para proteger os “direitos e interesses legítimos” do país. Em comunicado oficial, o Ministério das Finanças afirmou que continuará adotando “medidas firmes e contundentes” sempre que considerar seus interesses ameaçados.