Desde a retomada da exigência de visto para turistas provenientes dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, em vigor desde 10 de abril, a Polícia Federal impediu a entrada de 96 estrangeiros no Brasil. Do total de barrados, 69 eram cidadãos norte-americanos, 12 canadenses e 15 australianos.
A medida foi adotada com base no princípio da reciprocidade, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir não prorrogar a isenção de vistos concedida anteriormente a essas nacionalidades. A política de isenção havia sido mantida por sucessivas prorrogações, mas foi revista após o governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, adotar tarifas comerciais que impactaram a economia brasileira.
Segundo dados da Polícia Federal, divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo até 15 de abril, os cidadãos norte-americanos barrados representam 1,13% dos 6.120 visitantes dos EUA que tentaram ingressar no Brasil. No caso dos australianos, 4,1% dos 368 viajantes foram impedidos de entrar. Já entre os 777 canadenses que tentaram entrar no país, 1,54% foram barrados.
A exigência de visto para esses países havia sido suspensa em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro, como tentativa de fomentar o turismo internacional no Brasil. A reversão da política marca uma mudança na abordagem diplomática brasileira em relação à reciprocidade no tratamento de turistas estrangeiros.