Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica inicia o processo para eleger seu novo líder. A escolha será feita por meio de um conclave, reunião reservada de cardeais com menos de 80 anos, responsáveis por votar no sucessor. Entre os eleitores, sete são brasileiros — todos aptos não só a votar, como também a serem escolhidos pontífice.
O Brasil conta, ao todo, com oito cardeais, mas apenas sete estão abaixo do limite etário exigido para participar da votação. Um deles, embora não possa votar, ainda pode ser eleito.
Confira quem são os brasileiros com direito a voto no conclave, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB):
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, é um dos nomes mais influentes da Igreja no Brasil. Aos 75 anos, o gaúcho é filósofo e teólogo, com mestrado em Estudos Teológicos e doutorado em Teologia. Autor de livros sobre fé e política, ocupa um dos postos mais relevantes do episcopado nacional.
Cardeal João Braz de Aviz
Arcebispo emérito de Brasília, o catarinense de 77 anos atuou por 14 anos como prefeito do Departamento para a Vida Consagrada no Vaticano, sendo responsável por supervisionar ordens e congregações religiosas em todo o mundo. Deixou o cargo em janeiro deste ano.
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro, o paulista de 75 anos tem trajetória ligada à Ordem Cisterciense. Estudou Filosofia e Teologia e, desde 2009, comanda a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Cardeal Sergio da Rocha
Atual arcebispo de Salvador, tem 65 anos e é natural de Dobrada (SP). Com doutorado em Teologia Moral, já atuou como professor e reitor em seminários e universidades católicas. Foi arcebispo de Brasília antes de assumir, em 2020, o posto de primaz do Brasil.
Cardeal Paulo Cezar Costa
Aos 57 anos, é arcebispo de Brasília desde 2020. Atua na CNBB como diretor do Instituto Nacional de Pastoral (INAPAZ) e integra conselhos vaticanos ligados à unidade dos cristãos e à América Latina.
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner
Arcebispo de Manaus, tem 74 anos e é natural de Forquilhinha (SC). Franciscanamente formado, possui doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. Está à frente da Arquidiocese de Manaus desde 2019.
Cardeal Jaime Spengler
Presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, o catarinense de 64 anos é doutor em Filosofia e teve longa atuação missionária pela Ordem dos Frades Menores. Foi nomeado bispo auxiliar por Bento XVI em 2010.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Com 88 anos, o arcebispo emérito de Aparecida não pode votar no conclave por exceder a idade limite. Atuou como bispo auxiliar em Brasília e, posteriormente, como arcebispo de Aparecida entre 2004 e 2016. Foi também membro da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Como funciona o conclave
Com a morte de um papa, tem início o período conhecido como Sede Vacante. Durante esse intervalo, o governo da Igreja é assumido temporariamente pelo Colégio Cardinalício, até a realização do conclave, entre 15 e 20 dias após o falecimento do pontífice.
O conclave ocorre na Capela Sistina, no Vaticano. Os cardeais eleitores são isolados do mundo externo durante todo o processo. A eleição é secreta, e todos os envolvidos fazem um juramento de confidencialidade, sob pena de excomunhão em caso de quebra do voto.
A escolha do novo papa exige uma maioria qualificada: dois terços dos votos. Após o resultado, o mundo conhece o novo líder da Igreja Católica com o tradicional anúncio “Habemus Papam”.