Após o feriado prolongado, a sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta terça-feira (22), foi marcada pelos discursos dos vereadores Sargento Salazar (PL) e Coronel Rosses (PL), alvos de um pedido de cassação entregue à CMM na última semana.
Conforme noticiou O Convergente, o pedido de cassação está relacionado à fiscalização realizada pelos parlamentares na Feira da Banana, no dia 25 de março, que motivou uma representação protocolada pelo Sindicato dos Feirantes.
Na tribuna da CMM, o vereador Coronel Rosses questionou por que não foi incluído em uma suposta reunião que teria discutido o pedido de cassação do mandato dele e do colega de partido.
“Não entendi porque não fui chamado para essa reunião, eu iria e acredito que o Sargento Salazar também iria. Aqui não temos medo nenhum da verdade, não tenho receio de confirmar através das imagens que fizemos que não quebramos decoro, não agimos com truculência […]. Vemos aqui uma proteção institucional, perseguição e vingança do prefeito”, destacou o vereador.
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Ao ser inserido no debate, o líder do prefeito na Câmara, vereador Eduardo Alfaia (Avante), garantiu que o prefeito David Almeida (Avante) não tem qualquer envolvimento com o pedido de cassação dos vereadores. Ainda segundo o parlamentar, os vereadores não devem agir de forma “antidemocrática”, tentando “induzir” a população com relação às informações divulgadas.
“Não há nenhuma vinculação do prefeito David com qualquer tipo de representação a quem quer que seja nessa Casa […]. Não podemos nessa Casa agir de forma antidemocrática […]. Não podemos de forma precipitada induzir ou fazer alguma forma de indução de opinião pública, como se já tivéssemos agido para cassar o seu mandato”, comentou o parlamentar.
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Após a fala do líder do prefeito, o vereador Sargento Salazar questionou quais seriam os supostos delitos cometidos por ele e pelo vereador Coronel Rosses que teriam motivado o pedido de cassação. Ainda segundo o parlamentar, o prefeito David Almeida estaria promovendo perseguição política e os condenando injustamente.
“Ele foi num podcast e nos condenou, chegou lá e disse que cometemos um delito na feira. Não estamos sendo perseguido pelos vereadores, mas pelo prefeito! Cometemos qual delito? […] Não estou entendendo, ele disse que não está tomando parte de ninguém, mas já está condenando no podcast. Desafio o prefeito para mencionar qual delito que cometemos!”, pontuou o vereador.
Ainda durante o debate, o vereador e presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), Gilmar Nascimento (Avante), esclareceu que o pedido de cassação contra os vereadores ainda não está “concreto”. O vereador também negou ter recebido ligações do prefeito David Almeida (Avante) para dar prosseguimento ao processo de cassação dos parlamentares.
“Não houve nenhuma reunião, não recebi ligação de prefeito, nem de vice-prefeito e nem de vereador […]. O documento foi entregue, acredito que deve chegar hoje ao presidente, não existe nada de concreto ainda com relação a isso!”, esclareceu.
David Almeida nega envolvimento
Questionado pela imprensa sobre ter ligação com o pedido de cassação, o prefeito de Manaus garantiu que não tem relação com a ação entregue à CMM.
“Zero participação minha. A Câmara é um poder independente. Eles foram denunciados pelo sindicato dos feirantes, eles têm que responder às denúncias. Eles não são mais policiais, são vereadores”, afirmou o prefeito.
Ainda de acordo com o prefeito de Manaus, os vereadores teriam agido com abuso de autoridade durante a fiscalização. No entanto, David Almeida destacou que cabe à Câmara decidir sobre o prosseguimento do caso.
“Eles chegaram na feira como se fossem policiais, usando de truculência. Cometeram delitos, sim. Eles erraram e agora precisam responder por isso. Quem vai decidir é a Câmara, que é soberana”, concluiu.
*Com informações do O Convergente
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