Já lançados dois pré-candidatos ao governo do Amazonas para as eleições 2026, ressurgem nos bastidores da políticos nomes que ainda podem mudar o “tabuleiro” e mexer com o atual cenário eleitoral amazonense, mesmo que afastados de cargos eletivos. Entre eles, o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Coronel Menezes.
Atualmente no partido Progressistas, o Coronel Menezes não ocupa cargo político, mas é lembrado no cenário eleitoral, principalmente, devido às duas últimas eleições em que participou e obteve boa margem de votos.
Nas eleições para escolha de uma vaga para Senado no Amazonas, quando ainda estava no PL de Bolsonaro, Menezes ficou em segundo lugar ao receber 39,31% dos votos válidos, sendo mais de 735 mil dos sufrágios da população amazonense, perdendo apenas para Omar Aziz, que chegou a 41,01% dos votos válidos (766.878).
Na ocasião, o político gerou surpresa ao garantir a expressiva quantidade de votos, já o coronel estreava numa disputa eleitoral. Contudo, a aliança com o então presidente Bolsonaro, de quem é amigo e padrinho de casamento, já era um indicativo que Coronel Menezes poderia se sair bem no pleito.
Veja também: “Um grande mentiroso!”, diz Coronel Menezes sobre David Almeida
Em 2024, o militar do Exército voltou a disputar um cargo político, mas dessa como candidato a vice-prefeito na chapa liderada pelo deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Juntos, eles chegaram ao quarto colocado do pleito para Prefeitura de Manaus. Na disputa, Cidade e Menezes chegaram a 17,01% dos votos votos válidos (187.566 votos).
Para o pleito, Menezes precisou se desfiliar do PL e migrar para o Progressistas, devido a uma briga interna com o Capitão Alberto Neto (PL), a quem declarou apoio meses depois no segundo turno das eleições para Prefeitura.
‘Com Bolsonaro’
Procurado, Menezes deixou claro ao portal O Convergente de que ainda está “em conversas” sobre o futuro político e que haverá o momento certo para as definições necessárias. Já sobre o ex-presidente, o coronel afirmou que “sempre estará” com Bolsonaro.
“Estou e sempre estarei com o presidente Bolsonaro, nossa maior liderança!”, declarou. Sobre as eleições, o Coronel Menezes continuou: “Estamos conversando e momento certo haverá as definições necessárias”, pontuou.
O coronel, contudo, não descartou a possibilidade de disputar o governo do Amazonas, nem declarou se pretende entrar na corrida eleitoral por outro cargo político, como o Senado ou para a Câmara, por exemplo.
Menezes, por outro lado, já apareceu, inclusive, na primeira pesquisa de intenção de votos do instituto Direto ao Ponto Pesquisas. Segundo o levantamento, no primeiro cenário, Omar Aziz surge liderando com 37% das citações, seguido por Coronel Menezes, com 21%; Maria do Carmo, com 17%; e o vice-governador Tadeu de Souza (Avante), com 3%.
Veja mais aqui:
Omar Aziz lidera intenção de votos para o Governo do Amazonas, aponta pesquisa
Polarização
Ao Manaós, o advogado, analista político e colunista Helso Ribeiro já afirmou que muito ainda pode acontecer e destacou um cenário polarizado, com novos nomes surgindo até o pleito, que precisam ser definidos até março e agosto do ano que vem, quando ocorrem, respectivamente, as desfiliações partidárias para mudança de legenda e quando os partidos e federações poderão realizar convenções partidárias.
Veja também: Com Maria do Carmo na disputa e Tadeu de Souza indefinido, Omar Aziz oficializa pré-candidatura ao governo do AM
Nesta sexta-feira, Helso Ribeiro reforçou novamente que o cenário eleitoral pode mudar a qualquer momento, inclusive, com os candidatos a governo podendo desistir da disputa para concorrer como vices-candidatos.
“Volto a salientar o que eu falei antes. Para as convenções partidárias, faltam ainda um ano, três meses e dez dias, não mais que isso. E, enquanto não houver as convenções, será que alguém que está se lançando candidato não aceita ser vice, posteriormente? Temos muito tempo ainda [para as definições]”, destacou.
“Temos que aguardar o final de março, porque, por exemplo, eu não sei se o David Almeida é candidato ou não [ao governo]. Ele lançou a filha, mas, tem que ver as composições. Se ele sair em março, deixar a prefeitura com o vice, é sinal que ele pode ser candidato. Mas, a qual cargo, vai ter outra especulação”, disse.
Sobre o Coronel Menezes, o especialista lembrou das eleições em que o militar teve expressiva quantidade de voto, em 2018, mas destacou as derrotas que o coronel precisou enfrentar ao nunca conseguir ser eleito.
“O Coronel Menezes corre o risco de ser aquele candidato que é sempre uma esperança, mas nunca se elege. Ele nunca teve um cargo eletivo. O máximo que conseguiu, agora, foi eleger a filha, a deputada Débora Menezes. Talvez, se lançando para um cargo majoritário, vamos ver se essa candidatura permanecerá e qual partido, de fato, ele vem, e de quem ele teria o apoio. Mas, eu reforço a tecla de que é preciso aguardar como as coisas ficarão, se não, é tudo especulação”, concluiu Helso Ribeiro.
Fonte: O Convergente