Enquanto avançam as investigações sobre o esquema nacional de descontos associativos não autorizados aplicados em benefícios previdenciários, o governo federal se prepara para devolver os valores indevidamente subtraídos de aposentados e pensionistas. A fraude envolve diretamente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pode ter causado um prejuízo bilionário aos segurados.
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, cada caso será analisado de forma individualizada. “O dinheiro terá que ser restituído para aqueles dos quais foi retirado indevidamente”, afirmou o ministro.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado no âmbito da Operação Sem Desconto, aponta que desde 2016 foram cobrados quase R$ 8 bilhões dos beneficiários. Em uma amostra de 1.273 entrevistados, 97,6% disseram não ter autorizado os descontos em seus benefícios.
Lewandowski também cogitou a possibilidade de que parte dos valores a serem devolvidos seja financiada com bens apreendidos durante a operação, como carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e obras de arte.
Na última fase da investigação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão. Seis pessoas foram presas temporariamente e seis servidores públicos afastados de suas funções. As apurações seguem conduzidas por uma força-tarefa que reúne a Polícia Federal, a CGU, o Ministério Público e o Ministério da Justiça.