O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quinta-feira (24) o adiamento da análise do requerimento de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A proposta, apresentada pelo líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), visava acelerar a tramitação do texto, levando-o diretamente ao plenário e evitando sua passagem pelas comissões.
Segundo Motta, a decisão foi tomada após conversas com líderes partidários, inclusive daqueles contrários à proposta. “Vamos seguir dialogando. Os partidos que defenderam o adiamento da pauta e aqueles que são convictamente contra também se dispuseram a conversar. Existe um sentimento de que, se há ou houve injustiças, elas devem ser enfrentadas com seriedade pelo Parlamento, que é a Casa do povo”, afirmou o presidente da Câmara.
Diante do adiamento, líderes da oposição anunciaram o retorno da estratégia de obstrução das votações na Câmara. Os deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Sóstenes Cavalcante disseram que a pressão continuará até que a proposta de anistia seja pautada. “Não vejo possibilidade alguma de a Câmara Federal não votar a anistia. Nós temos o maior partido, temos a oposição e temos a sociedade, que quer virar a página”, declarou Zucco. “Só sairemos da obstrução com a data da votação marcada.”