O guarda municipal Francisco das Chagas Eugênio de Araújo foi preso neste sábado (26) após se apresentar à polícia. Ele aparece em um vídeo, que circulou nas redes sociais na última quinta-feira (24), agredindo com um cassetete um homem algemado e imobilizado em um prédio abandonado no Centro de Manaus.
A ação é investigada pela Polícia Civil como prática de tortura. Francisco alegou ter usado “força necessária” e negou a acusação. A vítima da agressão, no entanto, não foi levada à delegacia e ainda não foi identificada.
Francisco e os outros seis guardas municipais que aparecem nas imagens foram afastados após a divulgação do vídeo. Durante a agressão, nenhum agente tentou interromper a violência e, além disso, zombaram da vítima. Os nomes dos demais envolvidos ainda não foram divulgados. A gravação possui cerca de 1 minuto.
Em nota, a Prefeitura de Manaus repudiou o episódio, informou que recolheu as armas dos envolvidos e instaurou processo disciplinar para apurar a conduta dos agentes. Além de Francisco, outros seis guardas municipais que estavam no local também foram afastados de suas funções.
Investigação
O caso, registrado no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) como tortura e investigado pela Polícia Civil, ganhou repercussão na quinta-feira, quando as imagens começaram a circular nas redes sociais.
Segundo o corregedor da Guarda Municipal, que prestou depoimento à polícia, o vídeo chegou até ele na manhã de quinta e mostra claramente o abuso cometido pelo servidor. O corregedor afirmou que Francisco das Chagas compareceu de forma voluntária à delegacia, após ser convidado a prestar esclarecimentos.
No depoimento, Francisco afirmou que a situação aconteceu por volta das 10h do dia 12 de abril, um sábado, dentro de um prédio abandonado na Rua Gabriel Salgado, conhecido como Cônego Gonçalves de Azevedo. Ele disse que a equipe fazia patrulhamento de rotina quando encontrou um homem tentando furtar um motor no local. Após perseguição, o homem foi imobilizado no segundo andar do prédio.
Francisco admitiu que usou o cassetete para “conduzir o suspeito para fora”, mas negou que tenha cometido tortura. Ele disse que apenas utilizou “força necessária” e que não sabia que estava sendo filmado. O homem agredido não foi identificado e também não foi levado à delegacia após o ocorrido.
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública (Semseg), divulgou nota afirmando que repudia o episódio, que considera a agressão injustificável e que o comportamento dos agentes não reflete os princípios da Guarda Municipal.