terça-feira, abril 29, 2025
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PSDB e Podemos avançam em fusão partidária com anúncio previsto para este mês

O PSDB e o Podemos estão nos ajustes finais para formalizar a fusão entre as duas siglas, com previsão de anúncio até o fim de abril. Dirigentes de ambos os partidos confirmaram ao g1 que o processo está avançado e já há um entendimento entre as lideranças sobre os principais pontos da junção. O novo nome da legenda ainda será definido, mas, provisoriamente, a fusão está sendo chamada de “PSDB+Podemos”.

A oficialização do novo partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcará o início de uma nova fase de negociações internas, que incluirá a definição do estatuto, programa partidário e composição dos diretórios nacionais e estaduais. A expectativa é que os detalhes restantes sejam finalizados por uma comissão com membros das duas siglas.

Com a fusão, o novo partido poderá se tornar a sétima maior bancada da Câmara dos Deputados, com até 28 parlamentares, dependendo de movimentações individuais — a legislação eleitoral permite a troca de sigla sem punição em casos de fusão partidária. No Senado, a bancada combinada deve alcançar sete senadores, o que colocaria a nova legenda empatada com o União Brasil como a quarta maior força da Casa.

A iniciativa é vista por dirigentes tucanos como uma tentativa de frear o processo de enfraquecimento do PSDB, que enfrenta uma crise desde o resultado das eleições de 2022 — as piores da história do partido. A sigla perdeu protagonismo nacional, viu governadores se desligarem e teve sua representação no Congresso drasticamente reduzida. Além disso, pela primeira vez desde 1989, o PSDB não lançou candidato à Presidência da República.

Os governadores eleitos pelo PSDB em 2022 são um ponto de preocupação. Raquel Lyra (PE) já se filiou ao PSD. Eduardo Leite (RS) ainda não oficializou sua saída, mas, segundo apurações, também deve migrar. Eduardo Riedel (MS) segue negociando com outras legendas. A fusão com o Podemos é vista por tucanos como uma última tentativa de manter a relevância da sigla e evitar novas debandadas.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, prometeu apresentar até o fim de abril uma solução para o futuro do partido. A fusão, segundo aliados, cumpre essa promessa e pode oferecer sobrevida política à legenda, que corre o risco de perder acesso a recursos do fundo partidário e tempo de TV a partir de 2026, devido ao desempenho abaixo da cláusula de barreira.

Apesar do avanço das negociações, há quem duvide da capacidade da fusão de conter a crise. Relatos de reuniões recentes indicam que até mesmo lideranças como Eduardo Leite evitam compromissos públicos com o novo projeto partidário, alimentando a incerteza sobre a adesão de figuras importantes.

A união entre PSDB e Podemos representa uma tentativa estratégica de reconfigurar forças políticas no centro do espectro ideológico, diante de um cenário nacional cada vez mais polarizado e dominado por siglas maiores.

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