quinta-feira, maio 8, 2025
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Mil quelônios criados por comunidades no AM são liberados para venda legal pela primeira vez

Pela primeira vez, comunidades da RDA Uacari, no Amazonas, recebem autorização do Ipaam para comercializar tartarugas-da-Amazônia e tracajás criados em manejo sustentável

Pela primeira vez, a venda legal de quelônios no Amazonas foi autorizada. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) permitiu o transporte de quelônios criados em manejo sustentável para fins de comercialização. A autorização, assinada nesta segunda-feira (05/05), contempla mil animais das espécies tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) e tracajá (Podocnemis unifilis), criados por comunidades ribeirinhas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, em Carauari (a 788 km de Manaus).

Os animais pertencem a três comunidades que integram a Associação dos Moradores Agroextrativistas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari (Amaru) e foram criados em cativeiro ao longo dos últimos seis anos, a partir de ovos manejados de forma legal e controlada.

Veja também: Operação Quelônio: polícia e órgãos ambientais apreendem 400 tartarugas e quelônios em Juruá, no Amazonas

A iniciativa segue as diretrizes estabelecidas por resoluções do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), que regulamentam tanto as áreas autorizadas quanto os critérios técnicos para o licenciamento.

Venda legal de quelônios no Amazonas

A autorização foi formalizada por meio de três documentos (nº 041/2025, 042/2025 e 043/2025), assinados pelo diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço. O transporte será feito por via fluvial, com embarque no barco Amaru e itinerário entre as comunidades de Manarian, São Raimundo, Vila Ramalho e Xibauazinho, todas localizadas às margens do rio Juruá.

“Essa é a primeira vez que o Ipaam autoriza o transporte de quelônios criados em manejo comunitário para fins de comercialização, dentro de um modelo que garante a preservação da espécie e valoriza o conhecimento tradicional. Essas comunidades atuam há muitos anos na proteção dos tabuleiros [praias onde os quelônios desovam] e agora colhem os frutos de um trabalho sério e comprometido com a sustentabilidade”, destacou Gustavo Picanço.

quelônios Amazonas
Diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço

Conforme os documentos, os animais serão identificados com lacres e organizados em lotes. O responsável pelo transporte é Gilberto Olavo Costa de Oliveira, gestor da RDS Uacari.

Segundo o coordenador da Gerência de Fauna (GFAU) do Ipaam, o biólogo Marcelo Garcia, seguindo o manejo regulamentado, as comunidades que monitoram tabuleiros por, no mínimo, cinco anos têm direito a uma cota para criação. No caso da Amaru, os animais, agora comercializados, foram manejados, desde o nascimento, até atingirem o tamanho mínimo exigido para a venda legal.

A autorização do Ipaam determina ainda que a associação deverá apresentar, após a comercialização, um relatório detalhado contendo peso, identificação e comprovantes de venda de cada animal. O uso indevido da autorização pode resultar em penalidades legais e cassação do documento, conforme previsto na legislação ambiental.

A medida reforça o compromisso do Ipaam com a conservação da fauna silvestre e com o apoio às práticas sustentáveis desenvolvidas em parceria com comunidades tradicionais nas unidades de conservação do Amazonas.

(*) Com informações da assessoria

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