quinta-feira, maio 22, 2025
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Amazonas ocupa o segundo lugar em casos de suicídio indígena no Brasil na última década, aponta estudo

O levantamento revela uma variação de 25,5% nos casos ao longo dos dez anos, com o pico registrado em 2017

O Amazonas registrou 466 casos de suicídio entre indígenas no período de 2013 a 2023, tornando-se o segundo estado com maior número de ocorrências no país, segundo dados do Atlas da Violência divulgados neste mês. O estado fica atrás apenas de Roraima, que contabilizou 551 casos no mesmo período.

O levantamento revela uma variação de 25,5% nos casos ao longo dos dez anos, com o pico registrado em 2017, quando ocorreram 56 suicídios, e o menor número em 2014, com 25 casos. Entre as formas de violência autoprovocada, o enforcamento foi a mais frequente.

O estudo destaca que o suicídio é uma das principais questões epidemiológicas entre os povos indígenas, atribuída a uma combinação de fatores sociais, históricos e econômicos que afetam a existência dessas comunidades. Entre os desafios enfrentados estão pressões territoriais, desigualdades, crises sanitárias, invasões e atividades ilegais como garimpo, pesca e extrativismo predatório.

Obadias Garcia Batista, líder do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé, relatou a realidade das comunidades indígenas frente a essa problemática. Ele ressaltou a importância do fortalecimento das políticas públicas, especialmente no que diz respeito à demarcação e reconhecimento de terras indígenas, como forma de garantir a sobrevivência e direitos dos povos originários.

Obadias também apontou que a saúde mental nas aldeias é impactada pela influência do modelo econômico externo e pela perda das raízes culturais dos jovens indígenas, que muitas vezes deixam as aldeias em busca de oportunidades, enquanto os que permanecem enfrentam dificuldades no mercado de trabalho, o que pode levar ao alcoolismo e uso de drogas.

“É preciso que os governos criem esforços concretos para a demarcação e reconhecimento de terras indígenas, garantindo assim a efetivação dos direitos dos povos originários”, afirmou o líder Sateré-Mawé.

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