quarta-feira, maio 28, 2025
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Marina Silva deixa audiência no Senado após bate-boca com senadores do AM sobre BR-319

A tensão aumentou quando o senador Plínio Valério (PSD), voltou a confrontá-la sobre a BR-319. Marina Silva deixou a sessão após o confronto com senadores do AM.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, deixou uma audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado nesta terça-feira (27), após uma série de embates com senadores sobre temas ambientais, especialmente a pavimentação da BR-319 e o novo marco do licenciamento ambiental.

Leia mais: Vereadores contestam Marina Silva e defendem pavimentação da BR-319: “Está atrasando o Amazonas”

Marina foi convidada para falar sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, mas o debate logo se concentrou na rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). O líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM), criticou duramente a atuação da ministra, responsabilizando-a pela não pavimentação da BR-319 e pelas mortes ocorridas em Manaus durante a pandemia de Covid-19, em função da dificuldade logística de acesso à capital amazonense.

“A senhora não é mais ética do que ninguém. A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do nosso país. Tem mais de 5 mil obras paradas no Brasil”, afirmou Aziz. Marina rebateu, dizendo ser transformada em bode expiatório: “O debate da BR-319 virou um debate em cima de um bode expiatório. Esse bode expiatório chama-se Marina Silva.”

Aziz também atribuiu à ministra a responsabilidade pela aprovação recente, no Senado, do projeto de lei que cria o marco do licenciamento ambiental. “A história vai lhe julgar. Já está lhe julgando. A culpa da lei do licenciamento aprovada é da senhora”, declarou. Marina respondeu: “Não é. É sua responsabilidade e de cada um aqui. Cada um que votou aqui assuma a sua responsabilidade.”

O presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), interrompeu diversas vezes a fala da ministra e sugeriu que ela levasse o debate ao governo, ressaltando: “Ministra, depois faça uma reunião da equipe do governo e faça esse debate. Vamos seguir a pauta da comissão.”

Marina retrucou: “Fique tranquilo, esse é um governo de frente ampla para evitar a ditadura que o senhor não se importou com ela.” Rogério, então, reagiu: “Essa é a educação da ministra Marina. Ela aponta o dedo.” Marina rebateu: “O que o senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou.” O senador, por sua vez, acusou a ministra de usar “sexismo”: “Agora sexismo, ministra? Me respeite. Se ponha no seu lugar.”

Plínio Valério

A tensão aumentou quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que em março havia ameaçado “enforcar” a ministra, voltou a confrontá-la. “Ao olhar para a senhora eu estou vendo a ministra. Não estou falando com a mulher. Estou falando com a ministra.”

Marina rebateu afirmando que ele falava com ambas. Plínio retrucou: “Porque a mulher merece respeito e a ministra, não. Por isso eu quero separar.” Diante da provocação, Marina exigiu um pedido de desculpas: “Como estou convidada como ministra, ou ele me pede desculpas ou eu vou me retirar. Fui convidada como ministra, e se como ministra ele não me respeita, vou me retirar.”

Sem o pedido de desculpas, Marina Silva deixou a audiência, sob protestos de aliados como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que condenou a postura do presidente da comissão e defendeu o direito da ministra de se pronunciar.

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