Manaus, umas das principais metrópoles do Brasil está totalmente sitiada por facções criminosas; a cidade que antes era dominada e controlado por um grupo criminoso local, agora é palco da guerra por disputas de bairros, entre organizações criminosas com poderes que vão alem das fronteiras do país.
Na última quarta-feira (30), um confronto entre polícia e bandidos fortemente armados, resultou na morte de 17 criminosos e a notícia repercutiu em todo o mundo.
O tráfico de drogas na capital, antes era dominado pelos traficantes José Roberto Fernandes Barbosa (Zé Roberto da Compensa ou Mano Zé), que controlava toda a Zona Oeste; e Gelson Carnaúba (Mano G), que dominava a Zona Sul; juntos criaram a Família do Norte (FDN), com padrões próximos a organizações criminosas que dominam o sudeste do país.
Após os líderes citados passarem um período presos em unidade de segurança máxima e tendo contato direto com o principais lideranças das duas maiores facções do Brasil, o comando vermelho (CV), do Rio de Janeiro; e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo; eles retornaram para Manaus com todo o apoio e estrutura para ampliar o poder da facção criminosa local, a famigerada FDN.
Com o apoio do CV, a FDN conquistou o monopólio de uma das principais rotas para transporte de cocaína do mundo, um rota que inclui os países, Brasil, Peru e Colômbia.
A forte e crescente apoio do Comando vermelho com Família do Norte, teria causado um desconforte entre os lideres do PCC, que já possuíam disputas por territórios no sudeste; e que deu origem a assassinatos de membros do PC em Manaus, incluindo o “massacre do COMPAJ”, que resultou em 56 mortos.
“Foi só um lado que teve mortos. A FDN massacrou os supostos integrantes do PCC e mais um ou outro desafeto que eles tinham naquele momento. Não houve uma contrapartida da outra facção”, disse n época, Sérgio Fontes, secretário de Segurança Pública do Amazonas.
Em meados de 2017, os líderes da FDN, João Branco e Zé Roberto começaram a enfrentar diversas divergências pessoais o que resultou na em uma divisão dentro desta facção, sendo criada a “FDN Pura”, sob o comando de João Branco, que ficaram integrados ao CV.
A cônjuge de João Branco, Sheila Maria Faustino Peres, ficou responsável para gerenciar toda a movimentação do tráfico e controlar todos os aliados na região e consequentemente enfraquecer a poder do traficante Zé Roberto.
Diante o fato, ocorreu mais um grande massacre no sistema prisional de Manaus, onde 55 reeducando foram mortos, na disputa de poder da pela liderança total da FDN.
Atualmente, com o apoio do Comando Vermelho, João Branco domina parte dos bairros da Zona leste de Manaus, mas na mesma localidade ainda estão em disputa os bairros Mauzinho, Gilberto Mestrinho, São José e Tancredo Neves.
Na Zona Norte, o CV domina o bairro Novo Aleixo, mas ainda existe áreas sob a liderança do traficante “Caputcho”, membro da FDN; assim como Cidade de Deus e Nova Cidade estão controladas por traficantes do CV e algumas áreas na região pela FDN.
Na Zona Sul, o controle total é da Família do Norte, mas ainda existe uma disputa pelo bairro Educandos.
O Comando Vermelho também já domina os bairros Alvorada, Morro da Liberdade, Santa Luzia, São Lázaro, São Jorge, Vila da Prata, Parque Dez e Colônia Oliveira Machado.
Os bairros Centro, Bairro do Céu ainda possuem forte resistência, com a liderança do traficante Marcelinho, da Família do Norte.
A FDN investe fortemente no controle da Zona Oeste, com foco principal no bairro Compensa, local de origem da facção; assim como nos bairros Carbrás, São Pedro, Redenção e Bairro da Paz.
As facções criminas estão empenhadas no domínio da regiões de invasões localizadas na Zona Norte, incluindo o Conjunto Habitacional Viver Melhor e a invasão Monte Horebe, que estão atualmente dominados pelo CV.
Fonte: A Crítica – https://www.acritica.com/channels/manaus/news/entenda-o-conflito-armado-entre-fdn-e-comando-vermelho-na-capital
Capa: Fabrício Alexandre
