Após o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, fazer um pronunciamento anunciando sua saída do governo Bolsonaro, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, se pronunciou em suas redes sociais lamentando que o presidente esteja permitindo um desmonte de seu governo.
“Sai Mandetta, sai Moro, saíria Guedes? É o desmonte do Brasil?”, questionou o prefeito, alegando que o presidente errou ao permitir a saída de Moro.
Para Arthur Neto, que já foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Moro tinha papel importante dentro do atual governo.
“Eu cheguei a contestar o motivo dele largar a magistratura para assumir um ministério, mas assim ele fez. E tinha tudo para desenvolver um bom trabalho, pois ele acabou virando um símbolo do Brasil contra a corrupção. Agora veio a notícia de sua saída, pouco depois da saída do ministro da Saúde. O que o presidente está fazendo? Só fica quem é obediente? É a política da obediência que está sendo trabalhada?O presidente errou e perdeu a sua última carta efetiva de realizações, que era o ministro Moro”, avaliou o prefeito.
A saída de Sérgio Moro, do ministério da Justiça e Segurança Pública, é lamentável e me leva a pensar no que ainda pode acontecer. Vivemos um desmonte do Brasil? Só fica quem é obediente? O presidente Jair Messias Bolsonaro acaba de perder um dos seus melhores soldados, alguém que tanto fez pelo país no que diz respeito ao combate à corrupção e não merecia ser desrespeitado em suas qualificações de uma maneira tão impensada. O presidente errou! Falo isso porque não abro mão da minha independência e não vou deixar de ser quem eu sou. Fique com minha sinceridade senhor presidente, no momento crítico que vivemos não existe espaço para atitudes lamentáveis como a demissão do ministro Moro. Quem perdeu foi o país, mas o Brasil é maior que todos, vamos lutar pela resistência do povo.
Posted by Arthur Virgílio Neto on Friday, April 24, 2020
Sobre um possível pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, Arthur voltou a se posicionar contrário, afirmando que não pode virar tradição do Brasil tirar um presidente em meio ao seu mandato. Porém, voltou a cobrar firmeza do mandatário diante da crise que o país vem enfrentando, principalmente na área da Saúde.
“O Brasil está em situação de calamidade pública, decretada pelo presidente, e durante essa situação não é para ficar demitindo seus melhores ministros, é para ter pulso de administrar sua equipe. Estamos combatendo um inimigo invisível e é momento de mostrar união e liderança, não de desmontar o governo. O Brasil é maior que o presidente Bolsonaro, é maior que eu, maior que o Moro, é maior que tudo. O Brasil resiste a tudo e um dia vai atingir seu grande destino”, conclui Arthur Virgílio.
- Fonte: Semcom
- Imagem:Alex Pazuello /Semcom