O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, concedeu uma entrevista ao Fantástico no último domingo, 24, onde fez uma apanhado do tempo que passou durante o comando da pasta, falando sobre o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, divulgado na última sexta-feira, 22, e também sobre a falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a agenda anticorrupção.
“Desculpe aqui os seguidores do presidente se essa é uma verdade inconveniente, mas essa agenda anticorrupção não teve um impulso por parte do presidente”, declarou o ex-ministro.
Vale ressaltar que Moro deixou o governo em 24 de abril, há um mês, acusando Bolsonaro de interferir politicamente na demissão da direção da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Ainda na entrevista, Moro reforçou a acusação.
“Nunca foi minha intenção prejudicar o governo de qualquer maneira. (….) Essa interferência vem num contínuo em que eu vi essa agenda anticorrupção cada vez mais esvaziada”, disse.
“O governo se vale da minha imagem, que eu tenho esse passado de combate firme contra a corrupção, e de fato o governo não está fazendo isso. Não é?”, declarou.
Sobre a troca de mensagens com o presidente, na manhã de 22 abril, onde Bolsonaro envia: “Moro, o Valeixo sai nessa semana. Isso está decidido”, o ex-juiz afirma que as mensagens só comprovam que o presidente interferiu na PF, ao contrário das declarações dele que negam a sua interferência.
“Isso demonstra que essa argumentação de que não havia interferência não é exatamente correta. (…) O que aconteceu, na minha avaliação, foi uma interferência política”, afirmou.
- Fonte: Portal O Poder
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