sábado, outubro 5, 2024

Economia – Mercado financeiro revisa PIB e prevê tombo de 6,25%.

O agravamento da crise provocada pelo coronavírus e a instabilidade política fazem com que analistas do mercado financeiro revejam para baixo a previsão para a economia neste ano.

Conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 1º, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve apresentar uma contração de 6,25% – na última semana, a estimativa era de queda de 5,89%. Essa é a 16ª revisão seguida que os economistas fazem para o PIB.

O brutal recuo no desenvolvimento da economia brasileira neste ano já deu as primeiras mostras no resultado do primeiro trimestre do PIB, divulgado na última sexta-feira pelo IBGE.

A queda de 1,5% de janeiro a março mostra o impacto da pandemia em uma economia em recuperação. Isso porque o primeiro caso de coronavírus no país foi registrado no fim de fevereiro e as medidas de distanciamento social, com o fechamento de comércios e serviços aconteceram na segunda quinzena de março. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, já são mais de 524 mil casos e 29 mil mortes confirmadas.

A crise do coronavírus atingiu o país no ano em que se esperava uma reação da economia, que dava sinais de recuperação da crise vivida entre 2015 e 2016.

No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%. Com o pior resultado dos últimos dez anos estimado para 2020, no contexto da crise anterior, esta década caminha para ser a pior década perdida da economia brasileira.

Previsões

Dólar

A cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 5, a mesma previsão da semana passada. Para 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 4,83%, contra R$ 4,75 da semana passada.

Inflação

As instituições financeiras consultadas pelo BC também reduziram a previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela nona vez seguida, ao passar de 1,97% para 1,76%.

Para 2021, a estimativa de inflação também foi reduzida, de 3,30% para 3,25%. A previsão para os anos seguintes – 2022 e 2023 – não teve alterações e permanece em 3,50%.

A projeção para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2,5% ao ano. A previsão anterior era 2,75% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3,5% ao ano. A previsão anterior era de 3,75% ao ano. Para o fim de 2022, as instituições mantiveram a previsão em 5,5% ao ano e, para o fim de 2023, a estimativa segue em 6% ao ano.


  • Fonte: Veja /Mercado Financeiro – Agência Brasil
  • Imagem: Divulgação

 

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