A Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial Dr. Antônio Levino está realizando serviços de saúde diversos para a população que vive em margens de rio no território de Manaus. As atividades iniciaram nesta quinta-feira, 25/6, na comunidade do Jatuarana, atendendo os quase 400 moradores da localidade, que fica a uma hora de distância da capital, partindo do Centro.
Para o prefeito de Manaus Arthur Neto, “Saúde é um item tão essencial. Sem ela não progredimos em educação, em infraestrutura, em cultura, como a desses povos que residem distante da urbanidade da metrópole da Amazônia e que conhecem tão bem a floresta e convivem com ela, protegendo-a. Por isso, como sempre digo, onde houver um manauara na geografia do nosso município, a Prefeitura irá levar seus serviços”, destacou o prefeito.
A UBS Fluvial vai ancorar em 12 pontos estratégicos, seis em UBSs terrestres e outras seis em bases de apoio, atendendo mais 23 localidades em nove dias de viagem. A estimativa da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), responsável pelo serviço, é que sejam feitos em torno de mil atendimentos.
Na comunidade Jatuarana, primeira a receber a UBS Fluvial no rio Amazonas, residem, segundo os líderes comunitários, 386 pessoas, não tendo registrado nenhum caso confirmado de Covid-19, apenas casos de sintomas leves de síndromes gripais.
A diretora da UBS Jatuarana, Aldeneide Ferreira Lima, que também vive na comunidade, disse que todas as atividades no momento estão voltadas à segurança dos moradores, principalmente daqueles que têm acesso à cidade. “Antes de ser diretora da unidade básica sou comunitária e a vida de cada uma dessas pessoas é muito importante para mim. Temos a graça de não termos tido nenhum caso de Covid-19, o que não nos faz baixar a guarda de continuarmos nos protegendo. Nós disponibilizamos para todos, máscaras, luvas e qualquer Equipamento de Proteção Individual que for necessário”, comentou.
Segundo o gestor da UBS Fluvial Dr. Antonio Levino, Deronilson Silva Cunha, estão sendo realizados atendimentos médicos, pré-natal, entrega de medicação, vacina contra a influenza, exames de gravidez, testes de HIV e sífilis, entre outros. A equipe conta com 14 profissionais de saúde, incluindo médico, enfermeira, técnicos de enfermagem e farmacêutico.
“Em nosso primeiro dia de viagem, realizamos o alinhamento, a partir das notas técnicas emitidas pela Semsa, determinando todo o fluxo de atendimento. A disponibilidade de serviços foi reduzida devido a pandemia, mas continuamos com as consultas médicas para os pacientes crônicos. Já a testagem para a Covid-19 está sendo feita em pacientes sintomáticos e em profissionais de saúde da zona rural”, relatou Deronilson.
Para o agricultor local, Zaqueu Alves Fontes, 70, o segredo é olhar a vida de forma positiva, ver a beleza nas coisas. “Eu escolhi não viver na cidade e vir para cá. Antigamente era tudo muito diferente, a vida era mais difícil, mas agora nós temos os técnicos de saúde aqui e o atendimento médico vem praticamente na porta da minha casa, eu nunca imaginei isso. E se preciso for, por causa da idade avançada, podemos acionar o Samu Fluvial e em pouco tempo eles estão aqui também”, compara o ribeirinho.
- Redação/Fonte: João Paulo Gonçalves / Semcom
- Imagem: Altemar Alcântara / Semcom