O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ), no âmbito da investigação da “rachadinha”, que não se recorda de ter feito pagamento em espécie durante a aquisição de dois apartamentos em Copacabana, em 2012.
Os promotores descobriram que, no mesmo dia em que a compra foi registrada em cartório, por R$ 310 mil, o vendedor dos imóveis efetuou ainda um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo em um banco que fica a uma rua do cartório onde foi lavrada a escritura. Para o MP-RJ, a venda foi registrada abaixo dos valores negociados, e o pagamento em espécie foi feito no momento da escritura e com dinheiro oriundo do esquema das rachadinhas.
Questionado pelo MP se a aquisição envolveu algum pagamento em dinheiro vivo, Flávio respondeu:
“Que eu me recorde, não”, afirmou, referindo-se aos apartamentos em Copacabana. “Se eu não me engano, foi por transferência bancária esse sinal. Cheques. E, no dia, eu paguei as duas salas junto com a minha esposa no próprio cartório”.
Flávio foi questionado se sabia que o vendedor dos apartamentos tinha feito um depósito de R$ 638 mil em dinheiro vivo no dia da venda dos imóveis, afirmou que não sabia.
“Se o cara tinha esse perfil, certamente não devia estar fazendo só isso, né?”, disse.