Com o Brasil estacionado em um platô de mais de 50 mil casos e mil óbitos pela Covid-19 registrados diariamente, a discussão sobre a reabertura de escolas no país divide opiniões.
Um estudo encomendado pela Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), coordenado pelo ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o epidemiologista Wanderson Oliveira, tem acompanhado iniciativas mundo afora para construir um entendimento válido para as redes pública e particular para um retorno “gradual e seguro” em 2021.
Os autores argumentam que, com a quarentena prolongada, crianças podem ser vítimas de violência doméstica, gravidez infantil e até desenvolver depressão.
São citadas experiências bem sucedidas, como a da Alemanha, e desastrosas, como Israel, que viu as escolas servirem como epicentros de novos surtos depois que as máscaras deixaram de ser obrigatórias para os alunos. O retorno às atividades já é realidade em algumas cidades brasileiras, como Manaus (AM).
Segundo o epidemiologista, que integrou a gestão de Luiz Henrique Mandetta e a transição de sua administração para a de Nelson Teich, que assumiu em abril e se demitiu pouco menos de um mês depois, o debate sobre a retomada às aulas é urgente e não pode ser interditado pela expectativa de uma vacina.
O epidemiologista afirma que não recebeu dinheiro da associação para a coordenação do estudo e avalia que é preciso discutir desde já as políticas de prevenção para que haja um planejamento meticuloso das redes e um diálogo aberto com a sociedade.
- Fonte: Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar).
- Imagem: Divulgação.