Durante a manhã deste domingo (16), um grupo religioso de Recife, em Pernambuco, mobilizou dezenas de pessoas em frente ao hospital onde a menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada realizaria o aborto do feto.
Em imagens publicadas nas redes sociais, o grupo reza e chama o médico responsável pelo procedimento de “assassino”.
Na página do grupo no Instagram, chamado de Comunidade Católica Porta Fidei, uma mulher publicou vários vídeos divulgando a ação e justificando o ato.
“Nós queremos salvar as duas vidas, tem como segurar essa vida, tanto da criança quanto da menina de dez anos (…) as duas vidas importam, as duas vidas valem”. Nos vídeos seguintes, o grupo é filmado em um círculo na entrada do hospital enquanto canta uma música religiosa.
O ato teria começado após a ativista bolsonarista Sara Winter divulgar em sua página no Twitter o endereço do hospital onde a menina realizaria o aborto.
Que tipo de defesa da vida faz alguém que pede que uma criança de 10 anos, que foi estuprada, leve uma gravidez adiante? pic.twitter.com/TKl1XvICRr
— Mariama Correia (@MariamaCorreia) August 16, 2020
O caso da menina de dez anos grávida após ser estuprada ganhou repercussão nacional nesta semana após a Justiça do Espírito Santo anunciar que estaria analisando a possibilidade de a criança abortar o feto. A questão gerou revolta uma vez que o direito ao aborto no caso da menina – após estupro – é previsto por lei, sem necessidade de análise judicial.
Apesar de o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) ter autorizado o procedimento na sexta-feira (14), o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), negou a realização do aborto.
O principal empecilho seria o avanço da gestação. Informações iniciais davam conta que a garota estava grávida de 3 meses. No entanto, a informação atual é que ela estaria com 22 semanas de gravidez, mais de cinco meses.
- Fonte: Redação Portal Manaós.
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