A música é uma forma de expressão, e no caso dos artistas amazonenses é um sentimento de amor pela Amazônia. Através de canções, a admiração pela capital amazonense e pela cultura popular tem destaque, e reflete as inspirações nos cenários típicos de Manaus, trazendo a essência manauara derramada nas letras e nos ritmos “cablocos” que evidenciam a região.
A cantora, compositora e pesquisadora da musicalidade amazônica, Karine Aguiar, conhecida como “Musa do Jungle Jazz”, ao apresentar um novo jeito de se fazer jazz, com elementos regionais como sotaque e narrativas, conquistou espaços europeus e alça voos em diversos espaços do mundo.
Em entrevista, ela afirmou que “Desde meu primeiro álbum, – Arraial do Mundo, produzido e gravado em Nova York, no ano de 2012 – trago a floresta, Manaus, o Amazonas e a Amazônia como argumentos principais na estética que procurei desenvolver no meu Jungle Jazz’’.
Ela também se inspirou nas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas da Amazônia “Minha inspiração vem dessas comunidades, dos seus instrumentos musicais, dos seus trejeitos, histórias, sotaques e resistências’’, mas sempre valorizando os tons de sotaque da cantora.
Outra cantora que homenageia a cidade de Manaus é a Márcia Novo, a “Caboca parintinense’’, uma grande protetora da cultura local, honrando os ritmos da terra não só nos palcos, mas em todo lugar que passa. Ela defende a representatividade de Manaus e do Amazonas, e também seus ritmos em que ela se entrega na música.
“Nossa cidade tem muitas peculiaridades, então eu tento englobar tudo isso no meu trabalho, observando e escutando as pessoas, as nossas gírias. Tem uma música chamada ‘Pavulagem com você’, que chamou atenção exatamente pela linguagem’’, relembrou a cantora.
“O povo manauara tem uma energia muito diferente, algo muito bom de se ter, e nós vivemos tão perto da natureza, é uma benção morar na Amazônia, mas infelizmente, muita gente não dá valor’’, criticou.
O próprio nome da banda Cabocrioulo é referência à identidade do grupo.
“O conceito é valorizar nossas origens, nossa regionalidade cabocla, com nossa nacionalidade crioula’’, explicou o vocalista Milton.
Ao lado de Marcos Cileno (baixo) e Daniel Oliveira e Igor Brasil (bateria), o ritmo do Cabocrioulo é algo diferente para se definir em um único estilo, mas as influências amazônicas são marcantes.
“Nossa terra é uma fonte de inspirações. Nossa inspiração vem muito da natureza, nossos cenários, nosso calor, e principalmente do nosso linguajar’’, homenageou Milton.
Apesar dos estilos musicais e das atuações diferentes, uma coisa em comum que cada artista deixou transparecer com orgulho, foi o amor por Manaus, pelo Amazonas, e por tudo que nasce nessa terra.
- Fonte: Em Tempo
- Imagem: Divulgação