Desde a última terça-feira (03), por volta das 21h, 14 de 16 municípios do Amapá, estão sem energia elétrica, totalizando mais de 60 horas. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o apagão teve causa em um problema que, além do desligamento automático nas linhas de transmissão Laranjal/Macapá, ocasionou um incêndio em um transformador da subestação da capital, Macapá.
Comitiva
Na última quarta-feira ((04), pelo horário da noite, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANS), André Pepitone, e o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, foram ao estado acompanhar de perto a situação. Depois de se reunirem com técnicos e com o governador Waldez Góes, a comitiva ministerial passou a noite em Macapá a fim de visitar a LMTE na manhã seguinte.
Albuquerque afirmou, após realizar inspeção na subestação destruída pelo fogo e sobrevoar a região, que o restabelecimento do serviço energético completo, deve demorar em torno de 30 dias.
Conforme o ministro, entre as medidas em averiguadas, está o transporte de dois transformadores para substituir os equipamentos danificados. Um dos transformadores chegaria ao Amapá dentro de 15 dias; o outro, em até 30 dias.
“Estamos adotando outras ações para trazer geradores para o estado do Amapá, a fim de servirem como segurança ao fornecimento de energia. E também para atender locais especiais naquilo que for priorizado pelo estado” acrescentou Albuquerque, lembrando que a pasta criou um gabinete de crise para avaliar as medidas adotadas.
Além de técnicos da pasta, da ONS e da ANS, participam das discussões membros da Aneel, da Eletrobras e da LMTE. Além disso, a Casa Civil realizou, nesta quinta-feira (05), uma reunião emergencial da qual participaram representantes de vários ministérios.
Através de uma nota divulgada nesta sexta-feira (06), o Ministério de Minas e Energia informou que um avião C-130 Hércules, da Força Aérea Brasileira (FAB), chegaria no início desta tarde a São Luís, no Maranhão, onde apanhará duas máquinas de purificação de óleo que transportará para Macapá, onde uma terceira máquina do mesmo tipo chegou ontem (05), de balsa.
Segundo o ministério, existe a possibilidade de que um dos transformadores possa ser acionado ainda esta noite, o que, caso se concretize, permitirá atender a cerca de 70% das necessidades elétricas dos 14 municípios afetados.
Etapas
De acordo com o governo estadual, o plano de restabelecimento do fornecimento de energia elétrica está previsto para acontecer em três etapas. Em curto prazo, a prioridade é recuperar o transformador danificado na capital.
“A subestação tinha três transformadores (dois responsáveis pelo fornecimento de energia e um terceiro, reserva). Todos estão indisponíveis (até as 18h de ontem), mas um deles teve um dano menor (e está) passando por testes para poder voltar a funcionar. Caso o resultado seja positivo, cerca de 60% a 70% da carga de energia será reestabelecida nos 13 municípios afetados ainda nos próximos dias” disse.
Em médio prazo, a intenção é levar um segundo transformador para Macapá. O equipamento de 100 MWA seria retirado da subestação de Laranjal do Jari, e chegaria à capital em 15 dias, que é o tempo necessário para realizar o desmonte do transformador, retirar todo o óleo, transportá-lo por rio e instalá-lo.
“A utilização deste equipamento não afetará o fornecimento no município (Laranjal do Jari) que fica no extremo sul” garantiu o governo do Amapá, em nota em que explica que esta medida garantiria fornecimento integral a todo o estado.
E a solução em longo prazo diz respeito à instalação de um terceiro transformador que, segundo o governo estadual, está sendo transportado de Boa Vista (RR).
“O prazo para este processo é de 30 dias. Este terceiro transformador de reserva garante a segurança energética do estado.”
- Fonte: Diário do Vale
- Imagem: Divulgação/Rede Amazônica