Na tarde desta sexta-feira (27), movimentos sociais realizaram um protesto contra o racismo em frente ao supermercado Carrefour, na Avenida Djalma Batista, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus.
A ação foi motivada pelo assassinato do homem negro João Alberto Silveira Freitas, que foi brutalmente espancado e morto por dois seguranças brancos de uma unidade do Carrefour de Porto Alegre, na véspera do dia da Consciência Negra.
“A gente está vendo isso diariamente em vários estabelecimentos, então é por isso que nós estamos aqui, contra esse racismo estrutural, negros, brancos e índios vieram aqui para lutar contra isso, porque a gente acha que é responsabilidade nossa”, explicou o representante do movimento hip hop, Lamartine Silva.
Foram pendurados cartazes de críticas à rede de hipermercados em painéis onde são colocadas as promoções, do lado de fora da loja. Além disso, os manifestantes fizeram pinturas no chão da entrada, com arte em formato de cruzes, simbolizando a morte de negros.
Foi utilizado um carro de som onde eles discursaram pedindo o fim da cultura racista e usaram palavras de ordem ‘vidas negras importam’ e ‘não ao preconceito’. Houve, ainda, declamação de poesias.
Durante o protesto, um homem criticou o movimento e tentou arrancar os cartazes que estavam fixados, mas a polícia interviu e pediu para que ele se retirasse.
De acordo com a representante da Coletiva Banzeiro Feminista, Raescla Ribeiro, o ato também busca justiça por uma mulher negra, Leila Arruda, candidata à prefeitura de Curralinho, em Belém, que foi assassinada a facadas e pauladas, no último dia 19 de novembro.
“A gente trouxe também uma outra vida negra, que foi ceifada recentemente, que foi a da Leila, no Pará, ela era uma candidata do PT e ela foi assassinada, foi um caso de feminicídio, uma mulher negra, militante, aqui do norte. Nosso grito é pelo João, mas também é pela Leila”, explicou a Ribeiro.
- Fonte: D24am
- Imagem: Rebeca Beatriz/G1
