sexta-feira, novembro 22, 2024

Saúde – “Covid19” – Com 180 mil mortes Brasil se mantém na terceira pior posição no mundo.

Neste sábado (11), o número exato de mortes no Brasil segundo a Universidade de Johns Hopkins chega a 180.437 mil. O atual cenário brasileiro gera em torno do Ministério da Saúde que nega centralização de vacinas e enquanto isso a guerra de poder entre Dória e Jair Bolsonaro permanece em curso, onde o Governo de SP anuncia novas medidas para controle e cobertura vacinal contra a covid-19. 

No Brasil a marca de 180 mil mortes por Covid-19, um número que, até abril, era visto como o pior cenário possível da epidemia para o país. Quando ainda comandava o Ministério da Saúde, a equipe do médico Luiz Henrique Mandetta trabalhava com três projeções, incluindo uma mais otimista, de 30 mil mortos até a chegada da vacina, e uma considerada factível, de 80 mil. A mais sombria de todas é aquela que foi superada agora, com o número de óbitos em 180.453.

A escala preocupante de mortes ocorre num momento em a epidemia está se acelerando no país, dentro do contexto que se apelidou de “segunda onda”. A média móvel semanal de mortes por dia ocorrida em função da pandemia está em 639, ou seja, 25% maior do que era duas semanas atrás.

As últimas 10 mil mortes no país foram registradas em 17 dias, um período menor que as 10 mil mortes anteriores, ocorridas ao longo de 23 dias. Essa aceleração se reflete na lotação dos hospitais. Em sete capitais brasileiras, a ocupação de leitos de UTI já está acima de 90%.

Veja também como está o número de casos de coronavírus em todos os países:  https://coronavirus.jhu.edu/map.html

O número de casos também cresceu (mais 27% no mesmo período), evidenciando a preocupação. O número de casos diagnosticados de Covid-19 no país até agora é de 6.836.313, uma marca que se acredita ser mais subestimada que a de mortes, já que óbitos são menos propensos à subnotificação do que casos não letais.

O número de casos vai contra a tendência comunicada em declarações do presidente Jair Bolsonaro, para quem a epidemia estaria “no finalzinho”. Em livro que lançou após ser demitido do cargo de ministro, Mandetta conta de onde surgiram as três projeções dos casos.

“Um dos cenários, elaborado pelo médico Júlio Croda, diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, previa 180 mil mortes caso o país não adotasse as medidas necessárias de distanciamento social e padrões rígidos de higiene e proteção”, escreveu.

A conta da culpa que o governo federal tem pelas mortes não é tão simples de fazer, afirmam, epidemiologistas não ligados ao Ministério da Saúde, mas a falha em implementar pontos esseciais da política contra a pandemia resultou sim em um número mais acentuado de óbitos. Essa é a opinião da epidemiologista Gulnar Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

— Provavelmente a gente teve muito mais óbito do que seria esperado se as medidas tivessem sido tomadas no momento certo, com planejamento de assistência, com uma estratégia de comunicação, mas dizer com precisão o quanto foi é complicado, porque as nossas projeções são baseadas em dados de muita incerteza — afirma a médica.

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— Eu não afirmo quantas mortes a gente poderia evitar, mas com certeza poderíamos ter evitado muito, talvez a metade, se a gente tivesse seguido desde cedo as medidas de saúde pública, se tivesse coordenação com rapidez de fluxo para atendimento — completa.

O quinhão de culpa do poder público na pandemia também foi alvo de uma carta aberta da Associação Nacional de Medicina (ANM) divulgada nesta sexta-feira (11), que já dá como certo que o Brasil chegará a 200 mil mortos por Covid-19.

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  • Imagem: Divulgação  

 

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