Na manhã desta terça-feira (22), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso em sua casa por suspeita de participar de um esquema de corrupção na prefeitura do Rio, conhecido como “QG da Propina”.
A deflagração da “Operação Hades” ocorreu em conjunto entre o Ministério Público do Rio e a Polícia Civil, onde também foram presos o empresário Rafael Alves e o delegado aposentado Fernando Moraes, ex-vereador e que foi chefe da Divisão Antissequestro. O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da ação, mas não foi encontrado.
“Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, declarou Crivella, ao chegar à Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho, na zona norte do Rio, em rápida coletiva, pouco após as 6h30. Ele atribuiu a prisão a suposta “perseguição política” e disse esperar “justiça”.
De acordo com o MP do Rio, Alves era o responsável por receber propina de empresas para facilitar a assinatura de contratos e o pagamento de dívidas na Prefeitura. Os desvios seriam operados por um suposto “QG da Propina”.
Crivella ressaltou o combate à corrupção em suas campanha eleitoral para reeleição. O prefeito dizia que Eduardo Paes (DEM), eleito para os próximos anos, seria preso por corrupção durante seus dois mandatos na prefeitura, de 2009 a 2016.
“Eu já estive aqui em debates como esses, contra pessoas do grupo do Eduardo (Paes), como (os ex-governadores) Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. A eleição parecia a mesma, com campanha riquíssima, Ibope disparado, e eles ganharam a eleição. Mas, eu pergunto: ganharam mesmo? Não, eles foram presos. A mesma coisa vai acontecer agora. Eduardo Paes vai ser preso e digo isso com coração partido, porque ele cometeu os mesmos erros que Cabral e Pezão”, afirmou Crivella em debate da Globo realizado em 27 de novembro.
O prefeito eleito do Rio afirmou, através das redes sociais, que conversou com o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM), o primeiro na linha sucessória, para que “mobilizasse os dirigentes municipais para continuar conduzindo suas obrigações e atendendo a população”.
Em setembro, a bancada do Psol na Câmara Municipal do Rio entrou com um pedido de impeachment contra Crivella com base na Operação Hades. O pedido foi rejeitado pelos vereadores, por 24 votos a 20. Durante o mandato, Crivella foi alvo de cinco processos de afastamento, dos quais a abertura de quatro foram rejeitados.
- Fonte: Terra
- Imagem: Reuters