Nesta quinta-feira (14), durante entrevistas concedidas à Band News e Band TV, o prefeito David Almeida assegurou que há oxigênio para manter os serviços básicos da Prefeitura em funcionamento.
Na ocasião, o prefeito utilizou a audiência dos veículos de comunicação para fazer um apelo nacional e solicitar que o governo federal e estados vizinhos prestem auxílio ao Amazonas, para que o estado possa sair do momento mais complicado na guerra contra a Covid-19.
“Nas unidades do município nós temos oxigênio para manter os serviços do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), da nossa maternidade (Moura Tapajóz) e do nosso abrigo de idosos, que muito necessitam. Temos mais algum tempo de oxigênio”, explicou.
O prefeito ainda fez uma comparação entre a utilização de oxigênio durante os dois picos da pandemia. Durante o pico da primeira onda de Covid-19 em Manaus, ocorrida nos meses de abril e maio, foram consumidos aproximadamente 30 mil metros cúbicos de oxigênio por dia.
Atualmente, considerado o pico da segunda onda, seriam necessários 76 mil metros cúbicos para abastecer todas as unidades hospitalares da cidade. Porém, de acordo com David, a capacidade de produção das usinas instaladas em Manaus é de apenas 35 mil metros cúbicos.
Com o esgotamento de oxigênio nas unidades de saúde de toda a cidade, David classificou esta quinta-feira como “o dia mais triste da história de Manaus” e solicitou a ajuda de outros estados para o enfrentamento à pandemia e suporte aos pacientes mais agravados.
“As unidades do Estado enfrentam dificuldades. Até os hospitais particulares já estão sem oxigênio. Nas próximas horas, vai faltar mais. Esse é o dia mais triste da história da nossa cidade. Então, nós precisamos que os Estados que têm esse produto, esse insumo, nos ajudem. O governo federal está aqui presente, mas a nossa necessidade é muito grande”, desabafou.
Segundo o prefeito, o isolamento geográfico enfrentado por Manaus é um dos principais fatores que dificultam o abastecimento de oxigênio e outros insumos, neste momento de crise na saúde.
Foi ressaltado por ele, que o Amazonas é o Estado brasileiro que mais preserva sua área ambiental, apesar disso, é punido por não ter uma ligação terrestre de qualidade com outros Estados, ficando refém apenas da BR-319 (Manaus – Porto Velho) – que não está completamente asfaltada -, do transporte fluvial, por meio de balsas, e do transporte aéreo, que aumenta o custo dos produtos.
“Somos o Estado que mais preserva no Brasil. No mundo, somos exemplos de preservação e somos punidos pelo isolamento que hoje, infelizmente, nos causa mortes. Esse isolamento nos traz esse flagelo que estamos vivendo. Todos aqueles que clamam em ajudar o Amazonas, a Amazônia, quando veem uma árvore sendo derrubada, a floresta pegando fogo, que se unam para salvar as pessoas. Não vi esse movimento em nível nacional, internacional. Aqui moram 4,1 milhões de brasileiros, que mantêm essa floresta em pé e que são punidos com o isolamento”, observou.
Como medidas para conter o aumento de casos da Covid-19, o prefeito deu ênfase à importância da população respeitar os decretos publicados pelo governo do Estado e pelo Executivo municipal.
Além disso, ressaltou que é necessário que haja a conscientização de que somente o isolamento social irá proteger as famílias do contágio pelo novo coronavírus.
“Quero falar para a população da minha cidade. Fique em casa, você que ama a sua família. Nos dê condições de cuidar da sua família. Nós só vamos diminuir possíveis novos casos, se mantivermos o distanciamento social, se fizermos o uso consciente da máscara. Foi restringida a circulação de pessoas na cidade, de veículos e o comércio fechado. Isso vai nos ajudar, nós precisamos da ajuda e da colaboração da população nesse momento. Obedeçam o decreto do governo estadual”, finalizou o prefeito.
- Fonte: Semcom
- Imagem: Dhyeizo Lemos / Semcom