Em mais uma série de trechos de mensagens obtidas pela operação Spoofing, que investiga o vazamento de mensagens de celulares de autoridades, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, é apontada por interferir na tomada de decisões referentes ao caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Indícios apontam que a ministra orientou membros da operação Lava Jato a manterem o ex-presidente preso, contrariando a ordem do TRF-4, que havia determinado a soltura do petista.
As mensagens foram anexadas a petição entregue pela defesa de Lula, no caso que questiona a tendenciosidade do ex-juiz Sérgio Moro.
Nelas, Deltan Dallagnol conversa com outros membros da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal), sobre a possível libertação de Lula. Segundo a transcrição, ele afirma ter conversado com Cármen Lúcia e diz que a ministra falou com o então ministro da Justiça, Raul Jungmann, orientando para que a ordem do TRF-4 não fosse cumprida.
“Carmem Lúcia ligou pra Jungman e mandou não cumprir e teria falado tb com Thompson”, disse Deltan. À época, a ministra presidia o STF.
Thompson seria uma referência ao juiz federal Thompson Flores, presidente do TRF-4 à época da decisão que determinou a soltura de Lula. Foi dele quem partiu uma segunda determinação que suspendeu a libertação do ex-presidente. O alvará de soltura havia sido expedido pelo juiz Rogério Favreto.
O MPF alega que a decisão emitida não prevaleceu nos Tribunais. “É absolutamente natural que membros do Ministério Público busquem a reforma de decisões que reputam ilegais”. E que mesmo que as supostas mensagens tenham ocorrido, elas só demonstram o zelo do Ministério Público em defender o interesse público.
- Fonte: Poder 360
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