Leiloado no último domingo, o prédio que abriga mais de 100 anos de história manauara tornou-se motivo de disputa entre empresários e políticos da cidade.
A sede do Atlético Rio Negro Clube foi arrematada por R$ 3,78 milhões, à vista, pelo empresário coreano Sung Un Song, proprietário da empresa Digitron, localizada no Polo Industrial de Manaus (PIM). O valor, contudo, representa apenas 1/3 do que o imóvel realmente vale.
Articulações políticas
O advogado e sócio-proprietário rionegrino, Marcelo Amil, comentou sobre a venda da sede: “Uma ilegalidade. Um bem avaliado em R$ 9 milhões ser vendido com 60% de desconto para quitar um débito de R$ 240 mil viola o princípio da menor onerosidade. O correto seria penhorar alguns lotes do terreno ou alguma das edificações. A finalidade do débito seria atingida e o patrimônio de Manaus preservado”
Na manhã de ontem (23), Marcelo Amil esteve com o vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus, Marcelo Wallace, para tratar sobre a venda da sede, tendo em vista que o bem é patrimônio cultural da cidade de Manaus. O clube pretende reverter a decisão da venda através de ferramentas jurídicas.
O tema também entrou em pauta na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), quando o deputado Serafim Corrêa defendeu a desapropriação do local caso o empresário sul-coreano não honre a promessa de transformar a sede em espaço social, esportivo e de lazer da Fundação Matias Machline.
“Se for isso, menos mal. Agora, existem outras pessoas que acham que ele comprou aquilo para especulação imobiliária. E eu não quero acreditar nessa versão, porque quem teve o gesto bonito de não deixar a Fundação Matias Machline morrer, não pode fazer isso com a terra que o acolheu. Caso esse seja o projeto do empresário, vou propor ao Governo do Estado que desaproprie para preservar a sede do Rio Negro Clube”, ressaltou.
- Fonte: Redação Portal Manaós / O Poder / TodaHora
- Imagem: Divulgação