O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, emitiu parecer favorável à cassação do prefeito e vice-prefeito eleito de Coari Adail Filho (Progressista) e Keitton Pinheiro (PSD) em recurso movido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Reeleitos em 2020, tiveram o registro de candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral ainda em dezembro e novas eleições foram determinadas. O TRE-AM rejeitou, no dia 4 de março, embargos de Adail Filho e Keitton Pinheiro contra a decisão do colegiado.
Adail afirmou que respeita a decisão do Tribunal, mas que iria recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral para reverter a decisão. O TSE ainda deve analisar o pedido.
Família Pinheiro
No entendimento da corte eleitoral, Adail feriu princípios da Constituição e da legislação eleitoral, que proíbem integrantes do mesmo núcleo familiar de exercer mandados por mais de duas legislaturas consecutivas. “Consubstanciaria a manutenção do seu grupo familiar no poder pela terceira vez consecutiva, o que é expressamente vedado pela Constituição da República”. “Ante o exposto, o Ministério Público Eleitoral manifesta-se pelo improvimento dos recurso especiais”, conclui o parecer.
Adail Filho foi preso com a irmã, Mayara Pinheiro, em 2019, acusado de montar um esquema de corrupção que desviou, pelo menos, R$ 100 milhões. Ambos são filhos do ex-prefeito, Adail Pinheiro, acusado de comandar uma rede de pedofilia em Coari e de comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura.
Em dezembro, o TRE determinou nova eleição no município no prazo de 20 a 40 dias e decidiu que a presidente da Câmara Municipal de Coari, Dulce Menezes, tia de Adail Filho, deveria assumir o comando da prefeitura até a posse do prefeito eleito na eleição suplementar. Ela é investigada por, supostamente, nomear 7 familiares a cargos no executivo municipal, incluindo seu filho.
- Fonte: Redação Portal Manaós
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