Sem capacidade de transferência de pacientes de Manaus -Amazonas para outros Estados, a terceira onda pode ser inevitável. Conforme anunciado pelo próprio Governador do Estado do Amazona, Wilson Lima, a terceira onda pode acertar em cheio mais uma vez o sistema de saúde em Manaus.
O Pesquisador Jesem Orellana da Fiocruz Amazônia é decisivo quando afira que Manaus não saiu nem da segunda onda e que as medidas de relaxamento e flexibilização sobre as ações da Covid-19 foram irresponsáveis.
Um estudo realizado pela realizado pela equipe do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) mostra o monitoramento da prática do comportamento da população em busca de atendimento por Covid-19 nos 26 estados e do Distrito Federal. E aponta que essa dinâmica exige a integração de políticas de combate à Covid-19 entre municípios que compartilham uma mesma rede de atendimento.
O estudo mostra que, as políticas decididas unilateralmente por um município não levam em conta o fluxo de pacientes de outras cidades que podem utilizar sua rede de atendimento à Covid-19, seja como “importadores de casos graves”, por possuírem hospitais especializados, seja como “exportadores”, quando é necessário buscar a atenção especializada fora do município. Só 13% de municípios têm capacidade de atendimento em UTI.
O alerta sobre a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo do mês de abril no Sul e Sudeste, prolongando a crise sanitária e colapso nos serviços e sistemas de saúde nos estados e capitais brasileiras.
O vírus Sars-CoV-2 e suas variantes permanecem em circulação intensa em todo o país. Além disso, a sobrecarga dos hospitais, observada pela ocupação de leitos de UTI, também se mantêm alta segundo o boletim produzido pelo Observatório Covid-19: Informação para ação da Fiocruz.
Acesse o estudo na íntegra, clique aqui => https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/nota_tecnica_17_monitoracovid19.pdf
No norte do país ocorrem fluxos de pacientes entre os estados do AM, RO, AC e RR
e parte oeste do estado do PA. Para pacientes do sul do AM, por exemplo, é mais acessível do ponto de vista geográfico buscar atendimento em cidades do AC ou de RO do que enfrentar o deslocamento até Manaus que é a cidade com maior capacidade de atendimento do estado.
Nenhum município é completamente independente e as medidas isoladas podem causar ainda mais desorganização no sistema de saúde. Mesmo os maiores municípios, que em geral detêm toda a estrutura de atendimento para procedimentos de alta complexidade, fazem parte de uma rede que atende outros municípios que a compõem.
Fonte: Fiocruz
Imagem: Divulgação
Por Redação Portal Manaós
