Em declaração à um veículo de comunicação nacional, a médica sanitarista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia alerta quanto à possibilidade de o Brasil enfrentar durante os próximos meses a terceira onda da covid-19, com um novo aumento de óbitos.
De acordo com a especialista, isso deve ocorrer por conta do nível de contágio da doença, que segue em alta e sem controle.
Os dados brasileiros do aumento de casos e de mortalidade pela covid-19 chamaram atenção de cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que preveem também uma terceira onda.
De acordo com as projeções do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da entidade, divulgadas pelo jornal O Globo nesta terça (18), o Brasil pode chegar a 751 mil mortes pela covid-19 até 27 de agosto, isso nos “melhores” dos cenários em vista das ações atuais.
Mas o cenário pode ser atenuado com investimentos no ritmo da vacinação contra a covid-19 e nas medidas de restrição de mobilidade. Após pesquisas realizadas foi indicado que o nível de isolamento é o mais baixo desde o início da pandemia, em março de 2020. Apenas 30%, do total de 2.071 pessoas consultadas entre os dias 11 e 12 maio disseram estar totalmente isoladas.
“Mas é o que vemos todos os dias, com festa, eventos. Aqui no Rio de Janeiro foi fechado um evento no (hotel) Copacabana Palace para 500 pessoas. É uma insistência e leniência. Depois desses eventos o que ocorre a gente já sabe”, aponta. “Precisamos que essa CPI (da Covid) também seja um ponto de ‘agora vamos tentar virar esse jogo’”, analisa Ligia Bahia.
A partir de dados da OMS, o levantamento calculou ainda que o risco de morrer em decorrência da covid-19 em solo brasileiro é 3,6 vezes maior que o risco global. No extremo oposto do Vietnã, onde o risco de vir a óbito pela doença é 2 mil vezes menor do que comparado ao Brasil.
Um “duplo fracasso” para a conta do governo de Jair Bolsonaro, na avaliação do diretor adjunto do Dieese, José Silvestre. De acordo com ele, a gestão federal não conseguiu salvar a economia, garantido estabilidade de emprego e manutenção da renda, e nem a saúde.
“Aliás, essa falsa dicotomia entre vida e economia faz parte não apenas da narrativa do governo desde o início da pandemia, mas da própria prática de enfrentar a pandemia”, completa Silvestre, na Rádio Brasil Atual.
- Fonte: Rede Brasil / Brasil Atual.
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