De acordo com informações divulgadas pelo repórter Ítalo Nogueira, da Folha de S. Paulo, a Receita Federal rastreou investigações fiscais contra Jair Bolsonaro, sua esposa Michelle, seus três filhos, Flávio, Carlos e Eduardo, além de Fabrício Queiroz e duas ex-mulheres do presidente.
Conforme a matéria, a apuração custou o valor de R$ 490,5 mil à Receita Federal. As investigações iniciaram após um pedido de defesa do senador Flávio Bolsonaro ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O intuito era descobrir se o perfil tributário do mesmo havia sido acessado indevidamente.
De acordo com o documento assinado por Gileno Gurjão Barreto, diretor da Serpro, em outubro de 2020 e enviado à defesa de Flávio Bolsonaro, a Receita Federal dividiu a apuração em dois lotes:
- Flávio Bolsonaro; sua mulher, Fernanda Bolsonaro; e Fabrício Queiroz.
- Flávio Bolsonaro novamente; Jair Bolsonaro; Michelle Bolsonaro; Eduardo Bolsonaro; Carlos Bolsonaro; e as duas ex-mulheres do presidente, Ana Cristina Valle e Rogéria Nantes Bolsonaro.
A apuração especial utilizou 22 sistemas de dados da Receita Federal, de janeiro de 2015 até setembro de 2020, quando a defesa enviou ao Serpro a demanda.
Em agosto do ano passado, a defesa de Flávio Bolsonaro levou a Jair Bolsonaro a denúncia de que uma suposta organização criminosa instalada na Receita teria pesquisado ilegalmente o perfil tributário do filho mais velho do presidente, para municiar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na produção do relatório que geraria o caso Queiroz. Se comprovada, a denúncia anularia o caso Queiroz.
Em dezembro, a coluna informou que a Abin enviou relatórios a Flávio Bolsonaro, orientando como seus advogados deveriam proceder na obtenção de provas para anular o caso Queiroz. Luciana Pires, advogada de Flávio, confirmou em entrevista que os documentos foram produzidos pela Abin.
Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, e Alexandre Ramagem, diretor da Abin, negam ter produzido os relatórios.
Nesta quarta-feira, 02/06, a defesa de Flávio Bolsonaro se pronunciou ao afirmar que não solicitou à Receita Federal que rastreasse as investigações. Os advogados indicaram que o senador pode ter sido alvo de “uso indevido da máquina pública”.
- Fonte: Portal O Poder / Metrópoles / Folha de S. Paulo.