Nesta sexta-feira (4), foi registrada pela Defesa Civil Municipal a subida de mais um centímetro do Rio Negro, atingindo 29,99 metros, a maior cheia de sua história desde o início dos registros, em 1902.
Na área central de Manaus, na região da feira Manaus Moderna, os barcos praticamente alcançam o nível da calçada.
O recorde já havia sido alcançado no último domingo (31), quando atingiu a marca de 29,97 metros, igualando ao ano de 2012.
E nesta mesma data, no ano de 2012, o nível do Rio Negro já havia começado a diminuir após bater a marca de 29,97 metros. Em 4 de junho daquele ano, a água chegava a 29,94 metros.
Já nesse ano, o Rio Negro continua a subir e causa preocupação. O Serviço Geológico do Brasil (CRPM) afirmou que a água deve ultrapassar os 30 metros.
A cheia atingiu muitas famílias, mais de 24 mil foram prejudicadas em pelo menos 15 bairros da capital. Para auxiliar na locomoção, foram construídos mais de 9 mil metros de pontes de madeira, as chamadas marombas, nas regiões mais afetadas.
Alguns pontos específicos de muita movimentação foram prejudicados, dentre eles o centro histórico, que registra vários pontos de alagamento e os veículos transitam com total dificuldade.
Desta forma, a água também invade lojas, e os comerciantes relatam grandes prejuízos, tanto por conta da perca de mercadoria quanto pela inacessibilidade das pessoas ao seu ponto comercial.
Moradores do centro estão sendo obrigados a deixar suas casas, devido ao perigo representado. Todavia, alguns se recusam a abandonar e optam por permanecer em casa.
A rotina dos moradores foi diretamente afetada, pois além da dificuldade em executar tarefas simples, há o medo de contaminação pela água completamente insalubre.
Por último, a Feira da Manaus Moderna teve que ser interditada e todos os feirantes da mesma foram relocados para uma balsa.
Para auxiliar as pessoas afetadas pela situação atípica, a Prefeitura de Manaus pagará um Auxílio Aluguel para 1.315 famílias. No valor de duas parcelas de R$300, os nomes dos beneficiários pode ser consultado diretamente no site da Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
No interior a situação se revela ainda mais crítica, diante da limitação de recursos. Dados apontam que 58, dos 62 municípios, registram prejuízos causados pela cheia. Em todo o estado, segundo a Defesa Civil, cerca de 455 mil pessoas foram afetadas.
Em Itacoatiara, após permanecer estagnado por seis dias, o Rio Amazonas voltou a subir no fim de semana. É a maior cheia da história da cidade. O nível da água marca os 15,20 metros, de acordo com os dados divulgados pela Defesa Civil na segunda-feira (31).
Em Presidente Figueiredo, município distante 107 quilômetros de Manaus, carros pequenos já transitam com dificuldades na BR-319, que liga a capital amazonense a Porto Velho.
- Fonte: G1 / Amazonas Atual.
- Foto: Giovani Leite / Radar Amazônico.