sexta-feira, novembro 22, 2024

Política – “Cancela o esqueminha” – Após escândalos, Governo Bolsonaro suspende contrato de compra da vacina Covaxin.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta última terça-feira (29) a suspensão temporária do contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, pelo valor de 1,6 bilhão de reais. A aquisição se tornou o assunto principal da CPI da Pandemia desde a semana passada, sob suspeitas de corrupção e irregularidades levantadas pelo servidor Luis Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde.

O irmão do servidor, deputado Luis Miranda (DEM-DF), contou em seu depoimento, na última sexta-feira (25), ter levado as suspeitas ao presidente Jair Bolsonaro. Ainda de acordo com o parlamentar, o mandatário não só sabia do problema, como ligou “o rolo” ao líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Mesmo antes de virar o foco da CPI, o contrato para a compra das doses já estava na mira do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU). A Covaxin ainda não teve a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser importada e aplicada de forma emergencial ―a autorização é apenas pontual. Ainda assim, chamou atenção que o preço de cada dose de vacina, 15 dólares, é o maior que o Ministério da Saúde já pagou até agora.

O MPF também levantou suspeitas em torno da rapidez com que foi firmado o contrato com a Precisa Medicamentos, empresa brasileira que representa o laboratório indiano no país e que já é investigada por um contrato anterior com o Ministério da Saúde. O bloqueio do contrato acontece antes de Francisco Maximiano, sócio-administrador da Precisa, depor na CPI. A fala está prevista para quinta-feira (1).

A decisão de suspender o contrato indica que o Governo busca reduzir os danos do escândalo, um dia depois de as revelações do irmãos Miranda na CPI da Pandemia chegarem ao Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia-crime, que chegou ao Supremo nesta segunda-feira, aponta a suspeita de prevaricação por parte de Bolsonaro, uma vez que ele, em tese, não teria atuado quando alertado sobre as supostas irregularidades.

O pedido foi apresentado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Fabiano Contarato (Rede-ES). Agora, caberá a Procuradoria-Geral da República decidir se abre a investigação ou arquiva.

Em nota, o Ministério da Saúde destacou que “de acordo com a análise preliminar da CGU, não há irregularidades no contrato”, mas que, por uma questão de “compliance”, decidiu suspendê-lo “para uma análise mais aprofundada do órgão de controle”. A pasta também ressaltou que o Governo ainda não desembolsou o valor para a aquisição da Covaxin, ainda que o dinheiro esteja empenhado (reservado) no orçamento da pasta.

Durante uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, Queiroga afirmou que o calendário de vacinação já não contava com o imunizante indiano, visto que a Anvisa ainda não aprovou seu uso emergencial. Horas antes, durante a manhã, a agência informou que recebeu “o pedido de uso emergencial em caráter experimental” da vacina por parte da empresa Precisa Comercialização de Medicamentos LTDA.

Segundo a agência, as primeiras 24 horas, após o recebimento do pedido, serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários para avaliação estão disponíveis.


  • Fonte: G1 / El País.
  • Foto: Divulgação.

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