O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu o ataque feito, na manhã desta última segunda-feira (19), pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo federal chamou o senador de “anta amazônica” e afirmou que a comissão, que apura as ações e omissões da União, no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, é comandada por “três otários”, em referência a Aziz, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator do colegiado.
Em um vídeo publicado em seus perfis das redes sociais, o parlamentar do PSD comparou Bolsonaro a um macaco guariba e disse que ele será pego pela “onça”.
Presidente, uma dica: estude a fauna Amazônica. O predador do macaco guariba é a onça. Esses militares que estão ao seu lado sabem disso, eles serviram no meu Estado. Pergunte deles. Que fique claro: na CPI não tem anta, tem onça. E as onças vão pegar o guariba. Pode acreditar. pic.twitter.com/vpwENpjlXd
— Omar Aziz (@OmarAzizSenador) July 19, 2021
“O senhor me chamou de anta amazônica. O senhor não sabe o que é uma anta amazônica, mas quem trabalhou aqui, quem serviu aqui, os valorosos militares que serviram na Amazônia, sabem o que a anta amazônica significa para o meio ambiente. Agora, sabe quem é o predador do macaco guariba? É a onça, presidente. É a onça que está atrás do macaco guariba. [O macaco guariba] É aquele que eu já expliquei o que significa: é aquele que, quando foge da onça, urina e defeca pelos orifícios, para se proteger. Presidente, a onça vai pegar o macaco guariba, tenha certeza”, afirmou o senador.
Aos apoiadores, Bolsonaro comentava as denúncias sobre a compra de doses da CoronaVac, que envolvem o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na última sexta-feira (16), o jornal Folha de S. Paulo revelou um vídeo no qual o general do Exército promete a um grupo de intermediadores, liderados por um empresário identificado apenas como John, comprar 30 milhões de doses do imunizante – naquele caso, o preço seria quase três vezes maior do que o valor negociado diretamente com o Instituto Butantan.
“O que a imprensa fazia naquela época? ‘Tem que comprar vacina, não interessa o preço’. Agora, quem queria comprar vacina, não interessando o preço, e sem passar pela Anvisa, era o Omar Aziz. Isso está documentado em uma emenda que ele apresentou em uma medida provisória nossa, sobre vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, apresentou uma emenda igualzinha, que estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificação da Anvisa e sem licitação”, afirmou o presidente.
“Imagina se aprova isso, ein, Omar Aziz? Mais conhecido como anta amazônica. Anta amazônica. Imagina se tivesse passado isso? Ein, Renan Calheiros? Teu irmão, Renan Calheiros. PCdoB, o partido. Não vou falar o que é o C, né. C do Brasil. Estariam alguns prefeitos e governadores comprando vacina a R$ 30 ou R$ 50 a dose, pode vacina até da Lua, porque não precisava passar pela Anvisa”, acrescentou.
Nas últimas semanas, a troca de farpas entre o presidente e os membros da CPI tem se tornado frequente.
Recentemente, Bolsonaro recebeu uma carta, enviada pela cúpula da comissão, na qual os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros pediam explicações acerca da denúncia apresentada pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que apontou irregularidades na compra das 20 milhões de doses da Covaxin.
Bolsonaro ignorou a documentação e afirmou que não responderia sobre o caso para a Comissão Parlamentar de Inquérito.
- Fonte: Poder 360 / Jovem Pan.
- Foto: Divulgação.